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Calçado português desaproveita 80% da população mundial

Calçado português desaproveita 80% da população mundial

11 Mai, 2020

Um mundo de oportunidades. Não obstante o desempenho muito positivo na última década, com um crescimento na ordem dos 50% das exportações, o calçado português não chega ainda a 80% da população mundial. Ainda vai a tempo de mudar. Conheça os cenários ... e as oportunidades para a próxima década.

Entre 2019 e 2030, a população mundial deverá aumentar em 835 milhões de pessoas (+10,8%), atingindo um número próximo dos 8,5 mil milhões de pessoas. A percentagem dos que têm 65 ou mais anos deverá subir para 11,7% (+2,4 pontos percentuais). As perspetivas são, no entanto, muito diferentes de continente para continente. 

De acordo com o estudo “Demografia, economia e consumo de calçado – enquadramento estratégico da indústria portuguesa de calçado para o período 2020-2030”, da autoria do Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica do Porto para a APICCAPS, a população aumentará 29% em África (mais 380  milhões de pessoas) e a percentagem de idosos permanecerá quase inalterada (4%). Já na Ásia, será  mais 373 milhões de pessoas (+8%), mas a percentagem de pessoas com 65 ou mais anos crescerá acentuadamente, para 11,8% do total. 

Nos restantes continentes, “o envelhecimento também será acentuado, ainda que a população pouco cresça”. Já na Europa a população “deve até diminuir ligeiramente (6 milhões de pessoas; -0,8%)”. Para todos os afeitos o aumento da esperança média de vida e, consequente, envelhecimento da população é uma realidade que merece análises aprofundadas, para posteriores tomadas de decisão. 
Entre as economias avançadas, será nos EUA que a população mais crescerá. Ainda assim, os casos de maior crescimento serão em economias em desenvolvimento.  Relativamente às principais economias, as projeções de longo prazo da OCDE indicam que o domínio continuará a ser da China, dos EUA e da Índia, com a China a liderar a tabela já em 2030. Nesta altura, “a China sozinha deverá concentrar mais de um quarto da produção mundial”. 
De igual modo, “previsões de longo prazo apontam para que o peso das economias asiáticas continue a aumentar nas décadas seguintes”. Se atualmente a Ásia concentra já mais de um terço do PIB mundial, estima-se que em 2050 esta quota esteja acima dos 50% (The Economist).

Outros estudos indicam que Vietname, Índia e Bangladesh “deverão ser as economias com o mais rápido crescimento até 2050 (PwC)”. No continente africano, destaca-se a Nigéria, “sobretudo à custa do rápido crescimento populacional”. Na Europa, “Polónia e Turquia deverão ter as taxas de crescimento mais elevadas”. A Colômbia também deverá crescer rapidamente neste período, inclusive a um ritmo ligeiramente superior ao do México. 

Em 2030, “prevê-se que haja mais dois países europeus na lista dos 20 países com maior PIB per capita, num total de catorze, acompanhados por EUA e Canadá, Japão e Coreia do Sul, Austrália e apenas um país árabe, a Arábia Saudita, que não integra a lista atual”, concluiu a Universidade Católica. Na Ásia, Macau, que ocupa atualmente a segunda posição, Singapura e Hong Kong, dará o lugar ao Japão e à Coreia do Sul. Na Europa, Reino Unido e Eslováquia passarão a integrar a lista, a par da Austrália, na Oceânia. A generalidade dos países a integrar este top em 2030 deverá ter subido de posição relativamente a 2018, à exceção da Suíça e da Finlândia, com ligeiras descidas de posição.
 
Portugal e os seus

França
Apesar do aumento estimado da população francesa até 2049 (de 65 para um pouco mais de 67,5 milhões de habitantes), o seu peso na população mundial deverá cair, continuamente, ao longo das próximas décadas. Entre 2020 e 2030 deverá passar de 0,84% para 0,78%.

Por outro lado, a população com mais de 65 anos terá um peso crescente, correspondendo a 25,7% do total da população em 2035.

Entre 2020 e 2030, o PIB francês deverá aumentar a par do produto per capita. O valor médio na ordem dos 46 mil dólares colocará França na vigésima primeira posição do ranking dos países com produto interno bruto per capita mais elevado em 2030. Verificar-se-á, contudo, uma queda do peso do produto francês no total mundial, de 2,6% para 2,3%.

Alemanha
Entre 2020 e 2030, o PIB alemão deverá aumentar, aproximando-se dos 4 300 mil milhões de euros. O produto per capita, com um valor médio na ordem dos 51 mil dólares, colocará a Alemanha na décima segunda posição do ranking dos países com produto interno bruto per capita mais elevado em 2030. Ainda assim, o peso da economia alemão no PIB mundial cairá de 3,7% para 3,1%.

Prevê-se que a população alemã decresça nas próximas décadas, devendo ser já inferior em 2030 comparativamente a 2020. O peso da população com mais de 65 anos irá, pelo contrário, aumentar, a um ritmo mais elevado até 2040, atingindo valores na ordem dos 30%, mantendo depois uma tendência crescente, mas menos acentuada.
 
Reino Unido
Estima-se que a população britânica cresça 3,8% até 2030, e mais lentamente nas décadas seguintes.

A população com mais de 65 anos de idade também deverá crescer em percentagem da população total, prevendo-se estar acima dos 21% em 2030 e dos 25% em 2050.
O produto britânico continuará a evoluir positivamente em termos totais e per capita. Em 2030, o produto interno bruto per capita neste país rondará os 45 mil dólares, um dos 20 mais elevados do mundo. 
É de notar, contudo, que o Brexit poderá ter um impacto negativo nestas estimativas do PIB ligeiramente acima dos 3% em 2020 e de 5%, num cenário intermédio, em 2030, de acordo com a OCDE. 

EUA
A população norte-americana deverá continuar a crescer nas próximas décadas, acompanhada do aumento do peso da população com mais de 65 anos de idade.
Apesar de um crescimento estimado de 5,6%, entre 2020 e 2030, o peso da população dos EUA no total mundial decrescerá de 4,2% para 4,1%.
Apesar da evolução positiva estimada da economia norte-americana em termos globais e per capita na próxima década, o seu peso no total mundial cairá de 18% em 2020 para 15,9% em 2030, podendo estar abaixo dos 15% já em 2040.
Os EUA caem, assim, para a segunda posição do ranking mundial em produto, atrás da China, reforçando, contudo, a sua posição em produto por habitante (top 5), com um valor médio a rondar os 62 mil dólares. 
 
China
Prevê-se que a população chinesa cresça 1,7% até 2030, entrando depois em queda. Esta evolução foi determinada pela política de apenas um filho levada a cabo nas últimas três décadas e que terminou em 2015. 
população com mais de 65 anos de idade deverá crescer em percentagem da população total, passando de 12% em 2020 para quase 17% em 2030.
O produto chinês continuará a evoluir positivamente na próxima década, atingindo um peso de 36,7% no total mundial em 2030, fazendo da China a primeira potência económica mundial, à frente dos EUA. 
Em termos de produto per capita, a China continuará, no entanto, muito abaixo das restantes economias desenvolvidas, com um valor médio de 25 mil dólares em 2030.
 
Japão
população japonesa, já a decrescer, manterá esta tendência nas próximas décadas, acompanhada do envelhecimento da população. O peso da população com mais de 65 anos deverá ultrapassar a fasquia dos 30% em 2030. 

O peso da população japonesa no mundo também diminuirá, passando de 1,6% em 2020 para 1,4% em 2030.
O produto interno bruto japonês crescerá na próxima década, aproximando-se dos 5 500 mil milhões de dólares em 2030, apesar de uma perda de peso no total mundial (de 4,8% em 2020 para 4% em 2030). 

O produto por habitante também continuará a crescer, em parte impulsionado pela queda populacional, permitindo ao Japão estar entre os 20 países do mundo com o PIB per capita mais elevado em 2030, com um valor médio a rondar os 45 mil dólares.
 

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