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Portugal sai na frente da 4ª Revolução Industrial

Portugal sai na frente da 4ª Revolução Industrial

9 Mar, 2017

A 4ª Revolução Industrial já começou e, desta feita, Portugal segue na linha da frente. O Governo lançou, em Leiria, a estratégia nacional para o setor industrial. Digitalização, automação e Internet das coisas são conceitos-chave que poderão ter impacto em mais de 50.000 empresas. O setor do calçado, através da APICCAPS, já apresentou as suas ideias e foi referenciado como um «caso de estudo».

São dois mil milhões de euros investidos, mais de 4,5 mil milhões de retorno esperado para os próximos quatro anos. O programa chamado i4.0 inclui um conjunto de 60 medidas e permitirá requalificar e formar na área de competências digitais mais de 20.000 trabalhadores.

“É a primeira revolução para onde Portugal não parte em posição de desvantagem. Nas outras, ou pela nossa posição geográfica ou pela carência de matérias-primas, estávamos sempre em desvantagem", defendeu o primeiro-ministro. "Pelo contrário" – continuou António Costa - "esta é a primeira revolução industrial que surge num momento em que nós temos os ingredientes de base para estarmos na crista da onda: dispomos de uma boa infra-estrutura tecnológica de comunicações e do que é fundamental - um conjunto de quadros altamente qualificados, universidades e politécnicos dinâmicos, e um tecido empresarial apto a receber o conhecimento".

“A grande maioria das medidas que compõem a estratégia para a Indústria 4.0 têm como prioridade a capacitação dos recursos humanos, sendo tratada como prioritária a reconversão dos trabalhadores e a criação de novos empregos”, adiantou o Secretário de Estado da Indústria. “O grosso destas medidas tem a ver com pessoas, porque visa a requalificação da população ativa”, explicou João Vasconcelos. “Com o digital, o cliente fica com maior liberdade de escolha. É um enorme desafio porque o cliente quer estar em contacto com a fábrica, saber se a legislação é cumprida e em que condições trabalham os colaboradores”.

“Muitas das medidas não são de ponta — como se esperava — mas são realistas para os setores em que serão aplicadas, pensadas para responder a necessidades e a desafios. Em alguns casos estamos a falar de indústrias e setores que definem ainda os desafios 3.0”, explicou o Secretário de Estado da Indústria. Estas são algumas das medidas deste novo programa:


Vale Indústria 4.0


O Governo vai mobilizar Fundos Europeus Estruturais e de Investimento até 2,26 mil milhões de euros de incentivos, através do Portugal 2020, para “a consciencialização, adoção e massificação de tecnologias associadas ao conceito de Indústria 4.0, nos próximos quatro anos”, adiantou o ministério da economia em comunicado. Dentro das medidas, será criado o Vale Indústria 4.0, um instrumento de apoio à transformação digital através da adoção de tecnologias que permitem mudanças disruptivas nos modelos de negócio de micro empresas e de PME.


Competências Digitais


Até 2020 o Governo quer dar formação em tecnologias de informação a mais de 20 mil pessoas. O programa de competências digitais vai funcionar em colaboração com o setor privado para fazer face à carência de técnicos especializados na área e permite apoiar a reconversão profissional, criando novas oportunidades de inserção profissional através da obtenção de novas competências.



Técnicos i4.0


O programa dedicado à Indústria 4.0 inclui a revisão dos currículos dos cursos profissionais técnicos, em linha com a procura de novas competências por parte das empresas no âmbito da digitalização da economia.



ADIRA Industry 4.0

Vai ser criado o primeiro laboratório integrado de fabrico aditivo para desenvolver um novo ecossistema associado a esta tecnologia de nova geração, que irá permitir novas formas de projeto e fabrico. Este laboratório é dinamizado pela ADIRA, em parceria com o CEiiA, a partir da máquina em desenvolvimento pela ADIRA, cujo protótipo foi desenvolvido em colaboração com a Fraunhofer, e está aberto às universidades e às empresas de todas as indústrias.





FOOTure 4.0


O setor de calçado vai estar, uma vez mais, na linha da frente desta nova revolução industrial. O FOOTure 4.0 foi apresentado pela APICAPS e, grosso modo, consiste num Plano Estratégico para o cluster do calçado português que visa implementar um roteiro do Cluster do Calçado para a Economia Digital.



Bosch Digital


Outra medida a destacar é o DONE Lab da Bosch, um laboratório para a manufatura aditiva avançada de protótipos e ferramentas, inaugurado na Escola de Engenharia da Universidade do Minho, em Guimarães. A ideia é uma parceria entre a Universidade do Minho e a Bosch Car Multimedia, no âmbito do maior projeto universidade-empresa do país, num investimento global de 54,7 milhões de euros até 2018. Destaque também para o protocolo entre a Bosch e a Universidade de Aveiro para o desenvolvimento de soluções para casas inteligentes e a digitalização de equipamentos da Bosch, num investimento de 19 milhões de euros, estando prevista a criação de cerca de 150 postos de trabalho.

PSA Mangualde


Esta iniciativa, com um investimento estimado de 12 milhões de euros, será desenvolvida pela PSA de Mangualde em consórcio com três universidades e cinco parceiros tecnológicos, assente nos seguintes eixos: Sistemas robóticos inteligentes (robôs colaborativos), Sistemas avançados de inspeção e rastreabilidade (visão artificial), Sistemas autónomos de movimentação (AGV), Fábrica digital (IoT) e Fábrica do futuro – FoF (Baixa cadência e Alta diversidade).




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