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Ameaça à indústria mundial de calçado

 Ameaça à indústria mundial de calçado

20 Mar, 2020

O novo coronavírus começa a “fazer mossa” à indústria mundial de calçado. Ainda por apurar o impacto na indústria europeia, surgem os primeiros ecos em África e no continente americano.


A APICCAPS, através da plataforma World Footwear, continua, assim, à procura de respostas.
 
Argentina
Comecemos a nova “ronda” diária pela Argentina. As primeiras restrições que afetam as condições de trabalho foram estabelecidas no último domingo e começaram a vigorar no dia seguinte. A suspensão das aulas implicou um crescimento significativo das licenças de trabalho para pais, pessoas com mais de 60 anos ou pessoas com uma doença crônica, por exemplo. A limitação no acesso aos centros comerciais foi, igualmente, decretado, com implicações claras ao nível do consumo.
 
As exportações argentinas de calçado caíram acentuadamente em 2018 e ascendem, nesta altura, a pouco mais de 4 milhões de dólares. Já as importações ascendem a 500 milhões de dólares americanos, de acordo com os dados do World Footwear Yearbook. Ásia, com vários players, e Brasil são os fornecedores de referência do mercado.
 
Brasil
Já o Brasil ocupa o 5º posto entre os principais produtores de calçado à escala mundial, tendo produzido, em 2018, 944 milhões de pares de calçado. As exportações, de acordo com o World Footwear Yearbook, recuaram 10%, tendo o país colocado no exterior 113 milhões de pares, no valor de 976 milhões de euros.
 
O país regista, ainda, um número restrito de casos identificados. Ainda assim, a Abicalçados, a associação do setor, já solicitou uma reunião de urgência com o Governo Federal, no sentido de minimizar os impactos sobre a produção do setor, que emprega diretamente mais de 270 mil pessoas em todo o país. “Preservando a atividade, conseguimos também preservar o emprego desses milhares de colaboradores  que dependem do setor”, destacou o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.


Já hoje, as marcas Melissa e Ipanema, dispensaram por 21 dias cerca de 21 mil trabalhadores.


México

Limitação na realização de reuniões e encerramento de escolas são os dois efeitos mais visíveis do novo coronavirus no México. Estes são as primeiras referências, faltando ainda comprovar o impacto ao nível da atividade económica. Para já, a CICEG, Câmara de Comercio da Indústria de Calçado no México, sugere às empresas que “estejam preparadas, caso as autoridades exijam uma suspensão da atividades”. “Por nenhum motivo sugerimos a paragem da produção”, escrevem em comunicado.
 
Certo é que o país afigura na lista dos 10 principais produtores de calçado do mundo. A indústria mexicana, fortemente concentrada em Guanajuato, permanece, porém, voltada principalmente para o mercado interno. Este ano esperava crescer, segundo estimativas da CICEG, 5%. Números que, agora, serão naturalmente revistos.
 
Ao nível do comércio externo, o México importou, em 2018, 98 milhões de pares, no valor de 1117 milhões de dólares americanos. China, Vietname e Indonésia, em conjunto, assumem uma quota de 79% das importações. Ao nível das exportações, são pouco expressivas: 26 milhões de pares, no valor de 537 milhões de dólares.
 
África do Sul
O primeiro caso de teste positivo para o Covid-19 na África do Sul foi relatado há apenas alguns dias. Os números mais recentes confirmaram infetados. O país está, assim, nos estágios iniciais da epidemia.
 
A SAFIA, a associação local de calçado, reporta “um normal funcionamento do setor industrial”. Já ao nível do consumo, haverá uma quebra significativa “já que a África do Sul é um importador líquido da China”.
 
De acordo com o World Footwear Yearbook, em 2018, a África do Sul produziu 57 milhões de pares de calçado e afirmou-se como o terceiro maior exportador de calçado do continente africano, logo após a Tunísia e Marrocos. Com um consumo anual de 243 milhões de pares em 2018 o país importou 215 milhões de pares de calçado, em especial da China (quota de 88% das importações), Vietname (5%) e Indonésia (2%).
 
O país está a seguir os protocolos da OMS em termos de medidas para impedir a propagação da doença. Há uma proibição de viagens internacionais de e para todos os países afetados. As autoridades também implementaram a regra de não haver encontros sociais com mais de 100 pessoas.


Acompanhe as notícias internacionais:
https://www.worldfootwear.com/tag/coronavirus-covid19/311.html




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