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Geração 4.0: Pedro Sampaio

Geração 4.0: Pedro Sampaio

6 Mar, 2018

Com formação em Gestão de Empresas, Pedro Sampaio é a segunda geração da Mazoni. A trabalhar há 12 anos ao lado do pai a conduzir os destinos da empresa, acredita que o calçado é um setor "estimulante"


Pedro Sampaio, Mazoni

Porque decidiu começar a trabalhar na Mazoni?
Tomei a decisão de iniciar a minha atividade profissional na Mazoni, desde logo por se tratar de uma empresa familiar, fundada pelo meu pai, com a consequente necessidade de sucessão, para continuar a crescer e evoluir, mas acima de tudo porque era uma oportunidade única para mim, enquanto jovem licenciado na área da gestão de empresas.
Aliado a estas motivações, pesou ainda o facto de a industria do calçado estar intimamente ligada à moda, a tendências, coleções, modelos e cores, características que contrastam com outras indústrias de certa forma mais rotineiras e cinzentas. Todas estas circunstâncias fazem da indústria do calçado uma área de trabalho extremamente estimulante.

Neste processo de sucessão, onde o Pedro certamente se insere, (e que tem vindo a ser crescente no setor) quais as maiores dificuldades?
Pese embora as complexidades que se fazem sentir noutras realidades de sucessão em empresas familiares, no que me concerne não senti até ao momento dificuldades de maior. O processo de sucessão na Mazoni tem sido feito de forma suave e gradual. Desde logo porque o meu pai (Fernando Sampaio) é jovem e tem ainda muita energia e vitalidade para continuar à frente dos destinos da empresa por muitos anos. A sua experiência e conhecimento, acumulados ao longo de algumas décadas nesta indústria são fundamentais para a resolução das situações, que surgem diariamente.

É no departamento comercial da empresa que o meu contributo é maior e onde assumi a responsabilidade de fazer com que a empresa cresça. Acima de tudo, existe uma estrutura familiar bem definida e harmoniosa, que acaba por se refletir também na dinâmica empresarial. Hoje em dia, muitas das decisões importantes são partilhadas, o que permite que a filosofia e os valores da empresa perdurem e se incorporem nos projetos e no futuro.


Na sua opinião, o que é que a nova geração de empresários tem para oferecer ao setor?
A nova geração de empresários tem a capacidade de alavancar o setor a todos os níveis. Do ponto de vista da formação académica, é talvez a geração mais bem preparada, o que em teoria, pode significar que tem os conhecimentos necessários para reagir às adversidades, bem como para reconhecer e aproveitar as oportunidades, que os próximos anos podem trazer.São muitos os desafios para a indústria hoje em dia, desde a digitalização dos processos, a contínua flexibilização das produções e personalização cada vez maior do produto. Desafios estes que exigem abertura a mudanças na estratégia por parte dos empresários, tanto a nível comercial, como ao nível técnico/produtivo. Penso que a nova geração reúne as características necessárias, não só para dar continuidade ao excelente trabalho que foi feito pelas gerações anteriores no desenvolvimento das nossas principais vantagens competitivas, mas também para continuar a impulsionar o calçado português do ponto de vista qualitativo, tecnológico e de design. A forma equilibrada de como absorvermos todo o conhecimento desta geração bem-sucedida e a implementação de novas ideias, técnicas ou metodologias será porventura a fórmula para que o setor continue a demonstrar vitalidade no futuro.

De que forma pensa ser possível evoluir a industria de calçado nos próximos anos?
A indústria do calçado em Portugal, de uma forma geral, tem vindo a apostar em elementos diferenciadores, que a fazem destacar-se de todos os outros países. Na minha opinião, a evolução deste sector vai passar necessariamente por acentuar estas mais valias distintivas, focando-se cada vez mais no consumidor final e no desenvolvimento de produtos de valor acrescentado.

O projeto no âmbito da Industria 4.0 terá um papel preponderante na evolução das empresas. Os avanços tecnológicos e a ligação a sistemas de gestão vão permitir às empresas a adaptação dos seus processos produtivos, capacitando-as para a maior customização do produto e proximidade com clientes. Esta dotação tecnológica nas nossas fábricas será essencial para que nos próximos anos continuemos a ser uma referência no setor, à escala global.

O surgimento e desenvolvimento de mais marcas e/ou de coleções próprias, por iniciativa das nossas empresas também vai permitir a consolidação do “Made in Portugal”, na senda de obter maior reconhecimento e consequente maior criação oportunidades de negócio. Finalmente, a indústria do calçado terá de dar passos no sentido de superar a falta de mão de obra, tomando medidas para atrair mais pessoas, sobretudo jovens para trabalharem na área, sob pena de ser fortemente condicionada no futuro.


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