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Geração 4.0: António Silva

Geração 4.0: António Silva

23 Mar, 2021

Geração 4.0: António Silva, o médico que criou uma marca de sapatos


Na última década, foram criadas mais de 300 marcas de calçado em Portugal. As abordagens são variadas, os projetos inovadores, e neste cativeiro de criatividade, surgem propostas de onde menos se espera.

António Silva tem Medicina como formação de base, mas a gestão sempre foi uma paixão, razão pela qual frequentou um curso executivo nesta área. É o fundador da nova marca Cantaloupe.

Como é que nasceu este projeto?
Este projeto nasce de um forte desejo de elevar, a um novo patamar, o longo know how da empresa “mãe”, uma estamparia têxtil familiar, através da transferência desse conhecimento para um produto de moda comercializado sob marca própria. A ideia inicial assentava apenas em espadrilles, modelos com sola de juta, uma vez que reconheci uma necessidade no mercado: a existência de espadrilles com design elegante e exclusivo e conforto irrepreensível, num modelo que é, tradicionalmente, pouco confortável e monocromático.

O facto de ser médico, com uma mentalidade, desde sempre, programada para a qualidade, fez com que o desejo de projetar um produto de qualidade premium estivesse enraizado desde a génese da marca.


O setor do calçado foi uma escolha natural?

Sim.
As opções iniciais mais naturais seriam um produto de vestuário ou calçado. Para evitar possíveis “atritos” com os clientes do vestuário do negócio atual da estamparia, pela proximidade geográfica à indústria do calçado, e porque, no passado, alguns estampados realizados para uma marca de calçado, em regime de subcontratação, se revelaram um sucesso, optamos por nos lançar, inicialmente, no calçado.
O facto de a qualidade do calçado português ser cada vez mais apreciada e reconhecida mundialmente também se revelou fator de entusiasmo.

Quais os maiores desafios?
Neste momento, e desde que a marca se lançou, sem dúvida, a pandemia COVID-19.
A marca tinha previsto o seu lançamento para fevereiro 2020, mas apenas se lançou dois meses mais tarde, no dia 25 de abril, dia da “liberdade”, numa espécie de expectativa de que a mesma voltasse a instaurar-se. No início não conseguimos contactar retalhistas, uma vez que se encontravam encerrados. A recetividade a novas marcas estava, manifestamente, reduzida ou nula na maioria dos casos. A necessidade e preocupação, por parte dos retalhistas, de escoar produto anteriormente adquirido era notória.

Por outro lado, as mais conceituadas marcas do mercado sentiram-se forçadas a reforçar o seu posicionamento online e o investimento em marketing digital aumentando, assim, ainda mais, a dificuldade de uma nova marca, como a Cantaloupe, se destacar e sobressair face às demais marcas.
Felizmente tivemos quem acreditasse em nós e no projeto, aos quais somos profundamente gratos.
De futuro, e sempre presente, a forte concorrência dentro do setor, e o elevado preço da mão de obra portuguesa (o nosso produto é, todo ele, produzido em Portugal) serão sempre obstáculos a contornar, através da procura constante pela oferta de um produto de elevada qualidade e diferenciador.


De que forma é que a Cantaloupe se distingue no mercado?
Pela conciliação perfeita entre design e estampados exclusivos, elevado conforto e seleção criteriosa de materiais premium de elevada qualidade.
Somos uma marca positiva que possibilita a autoexpressão através do calçado.


Quais são os planos para o futuro da marca? O que podemos esperar?
Os objetivos de curto prazo passam por consolidar o produto dentro do setor do calçado e conquistar a confiança e satisfação dos nossos clientes. É por eles que nos entregamos, todos os dias, de forma apaixonada, ao nosso projeto.
A expansão internacional é uma vontade inata, mas assumidamente difícil nesta fase, quer pelo período que vivemos, quer pelo forte investimento a que obriga. Encaramos os mercados do Sul da Europa e EUA como principais mercados a conquistar.
No longo prazo a Cantaloupe não fecha a porta à possibilidade de alargar a gama de produtos, tornando a Cantaloupe numa marca de “lifestyle”, ao invés de apenas calçado.


Que conselho daria a um jovem que está a começar na indústria?
Ser apaixonado pelo seu projeto, ter predisposição para aprender constantemente, ir além das expectativas, ser resiliente e acreditar.
 


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