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Calçado português vislumbra primeiros sinais de retoma

Calçado português vislumbra primeiros sinais de retoma

9 Mar, 2021

Resultados do Inquérito COVID às empresas


A indústria portuguesa de calçado, que exporta mais de 95% da sua produção para todo o mundo, está à procura dos primeiros sinais de retoma. Na última edição do Inquérito COVID, da autoria do Gabinete de Estudos da APICCAPS (que contou com respostas de 81 empresas, que representam e 18,4% do emprego e 23,1% das exportações do setor), 39% das empresas indicam ter encomendas para, pelo menos, dois meses de trabalho. Um valor que compara com 29% das empresas registado no início do ano. Volume de encomendas para mais de 3 meses é de agora 19% (qua compara com 10 % registado no início de fevereiro, há precisamente um mês).

Nem todos os sinais são, por esta altura, consistentes. Com efeito, estima-se que as empresas estivessem a utilizar em fevereiro 77% da sua capacidade produtiva normal para a época do ano. Previsivelmente este indicador não sofrerá grandes oscilações em março.

Apesar de alguma recuperação nos últimos meses, uma parte significativa das empresas (40%) prevê ainda que nos próximos seis meses tenha de proceder à suspensão das atividades produtivas. Contudo, destas, apenas 14% acredita que seja por mais de 1 mês. A grande maioria das empresas, 60%, revela, ainda assim, que não prevê qualquer suspensão da atividade laboral.

As dificuldades ao nível do abastecimento das matérias-primas são, por agora, a seguir à redução das encomendas internacionais (74% dos inquiridos) a maior preocupação para as empresas. Já o absentismo ronda agora os 25% (que compara com os 36% há um mês). Das empresas inquiridas, 51% dizem que preveem utilizar os apoios à formação e 22% das empresas indicam que estão a utilizar neste momento o mecanismo da retoma progressiva.

As perspetivas para os próximos meses continuam negativas. Recorde-se que também o ano de 2021 promete ser exigente. No Boletim Trimestral de Conjuntura editado pela APICCAPS há 20 anos, em colaboração com a Universidade Católica do Porto, concluiu-se que “com a chegada da terceira vaga da pandemia, as empresas não esperam uma alteração significativa nas tendências que marcaram o ano transato”

Calçado português
na “radiografia” mundial

O ano de 2020 foi extremamente difícil para as empresas portuguesas de calçado. No final, a indústria portuguesa de calçado lamenta uma quebra de 16% das vendas ao exterior.  

Portugal exportou, em 2020, 61 milhões de pares de calçado, no valor de 1.494 milhões de euros (quebra de 16,3%). No mesmo período, as exportações europeias recuaram 18,6%. Entre os principais concorrentes, Itália (oito mil milhões exportados) regista uma quebra de 23% e Espanha de 16,1% (2,4 mil milhões).

Também o Brasil, outro player muito relevante do setor, sofreu com os efeitos da pandemia. No final de 2020, as exportações recuaram 18,6%. Já a produção recuou 21,8%. De acordo com Haroldo Ferreira, presidente da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçado) “a atividade está a voltar à normalidade. A abertura do retalho, que absorve mais de 85% das vendas do setor, é fundamental para alavancar a indústria”.

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