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Comissão Europeia deixa alerta: recessão profunda e desigual, com uma retoma incerta

Comissão Europeia deixa alerta: recessão profunda e desigual, com uma retoma incerta

7 Mai, 2020

Previsões económicas para a primavera de 2020


A pandemia de coronavírus representa um profundo choque para a economia mundial e europeia, com consequências socioeconómicas muito graves. De acordo com as previsões económicas para a primavera de 2020, a economia da área do euro registará uma contração sem precedentes, equivalente a 7,¾ % em 2020, que deverá ser seguida de um crescimento de 6,¼ % em 2021.

Não obstante a rápida adoção de uma resposta estratégica global, tanto a nível nacional como europeu, a economia da UE registará este ano uma recessão que assumirá proporções históricas. As projeções de crescimento para a UE e a área do euro foram revistas em baixa em cerca de nove pontos percentuais face às previsões económicas do outono de 2019. Trata-se de um choque que afetou a economia da UE de forma simétrica, na medida em que a pandemia afetou todos os Estados-Membros, mas quer a queda da produção em 2020 (que oscilou entre -4,¼ % na Polónia e -9,¾ % na Grécia) quer a dinâmica da retoma em 2021 deverão divergir acentuadamente. A recuperação económica de cada Estado-Membro dependerá não só da evolução da pandemia no país como também da estrutura da sua economia, bem como da sua capacidade de resposta por intermédio de políticas de estabilização. Dada a interdependência das economias da UE, a dinâmica da recuperação em cada Estado-Membro afetará também a solidez da retoma dos demais Estados-Membros.

De acordo com Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo e comissário responsável, em comunicado “na fase atual, só é possível identificar, a título indicativo, a dimensão e a gravidade do choque que a crise do coronavírus irá representar para as nossas economias. Apesar de as repercussões imediatas serem indubitavelmente muito mais graves para a economia mundial do que a anterior crise financeira, a gravidade do impacto dependerá da evolução da pandemia, da nossa capacidade para retomar a atividade económica de forma segura e da recuperação subsequente”. Em comunicado, o responsável pela pasta  ‘Uma Economia ao serviço das Pessoas’, trata-se de “um choque simétrico, uma vez que todos os países da UE foram afetados e deverão entrar em recessão este ano. A UE e os Estados-Membros já acordaram medidas extraordinárias para atenuar o seu impacto. A nossa retoma coletiva dependerá da prossecução de respostas firmes e coordenadas a nível nacional e europeu. Unidos, somos mais fortes”.

Paolo Gentiloni, comissário europeu responsável pela Economia, afirmou: «a Europa está a atravessar um choque económico sem precedentes desde a Grande Depressão. Tanto a gravidade da recessão como a dinâmica da recuperação serão desiguais, uma vez que dependerão da celeridade com que as medidas de confinamento possam vir a ser suprimidas, da importância de setores como o turismo na economia de cada país e dos recursos financeiros à sua disposição. Esta divergência suscita riscos para o mercado único e para a área do euro, mas é possível atenuá-los mediante uma ação decisiva e conjunta a nível europeu. Temos de estar à altura deste desafio.»

Crescimento afetado por um choque enorme, seguido de uma retoma incompleta
A pandemia de coronavírus afetou gravemente o consumo, a produção industrial, o investimento, as trocas comerciais, os fluxos de capitais e as cadeias de abastecimento. Prevê-se que a supressão progressiva das medidas de confinamento deverá criar condições favoráveis à retoma. Não se prevê, todavia, que a economia da UE consiga compensar totalmente as perdas registadas este ano até ao final de 2021. O investimento continuará a ser fraco e não se verificará uma plena recuperação do mercado de trabalho.

A eficácia continuada das medidas estratégicas adotadas a nível nacional e europeu para dar resposta à crise assumirá uma importância crucial, tendo em conta a necessidade de limitar os prejuízos económicos e de facilitar uma recuperação célere e robusta, para que as economias retomem um rumo de crescimento inclusivo e sustentável.

O desemprego deverá aumentar, embora as medidas estratégicas possam contribuir para limitar esse aumento. Embora os regimes de tempo de trabalho reduzido, as subvenções aos salários e o apoio às empresas possam contribuir para limitar a perda de postos de trabalho, a pandemia de coronavírus terá graves repercussões nos mercados de trabalho.
A taxa de desemprego na área do euro deverá aumentar, passando de 7,5 % em 2019 para 9,½ % em 2020, antes de voltar a diminuir para 8,½ % em 2021. Na UE também se prevê um aumento da taxa de desemprego, que passará de 6,7 % em 2019 para 9 % em 2020, devendo em seguida diminuir para cerca de 8 % em 2021.

O aumento do desemprego será mais significativo nalguns Estados-Membros do que noutros. Aqueles que registam uma elevada percentagem de trabalhadores com contratos de curta duração e em que uma grande parte da mão de obra depende do setor do turismo são particularmente vulneráveis. Os jovens que entram no mercado de trabalho na conjuntura atual também enfrentarão mais dificuldades para obter o seu primeiro emprego.



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