Situação piora na Índia
A Índia ultrapassou ontem a barreira dos 18 milhões de infeções por COVID-19, desde o início da pandemia. Em apenas 24 horas o país registou 379.257 novos casos e 3.645 mortes. Os hospitais estão (perto) do colapso, as camas, os medicamentos e o oxigénio escasseiam e as previsões não são as melhores.
"A situação atual é muito grave e a positividade dos testes é de mais de 20%, por isso já há uma grande transmissão comunitária, que não parece provável que baixe no curto prazo", disse Gautam Menon, especialista em modelos de previsão da pandemia, em declarações à Lusa.
O professor de Física e Biologia da Universidade Ashoka acredita que Índia só deverá atingir o pico da segunda vaga em meados de maio, podendo atingir os 500 mil casos diários. "A maioria dos modelos sugere que os casos vão continuar a aumentar e que o pico será provavelmente em meados de maio".
O aumento do número de casos é atribuído a uma variante do vírus detetada na Índia, bem como a comícios eleitorais e festivais religiosos em grande escala que aconteceram recentemente.
No que diz respeito à vacinação, o país já administrou cerca de 150 milhões de vacina, mas está previsto um alargamento da vacinação a partir de sábado a todos os adultos, o que significa que mais 600 milhões de pessoas serão elegíveis.
Com o número de casos a subir, a Índia é agora o segundo país do mundo com mais casos, atrás dos Estados Unidos, e o quarto com mais óbitos, depois dos EUA, Brasil e México.