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Vacinação em Portugal arranca em janeiro

Vacinação em Portugal arranca em janeiro

4 Dez, 2020

Plano de Vacinação apresentado ontem


“Desde que a Agência Europeia do Medicamento anunciou que irá apreciar uma vacina a 29 de dezembro, temos mesmo uma luz ao fundo do túnel, mas temos de compreender que o túnel é ainda muito comprido e bastante penoso”. As palavras são de António Costa na apresentação do plano de vacinação para a Covid-19, em Lisboa.

O Primeiro-Ministro advertiu que Portugal vai adquirir 22 milhões de vacinas, “mas os 22 milhões não chegam no primeiro dia, vão chegando escalonadamente ao longo de todo o ano de 2021”, e a operação de vacinação “vai desenvolver-se ao longo do ano”.

António Costa destacou “quatro marcas deste plano: ser universal, para todos; ser facultativo, como é a tradição dos nossos programas de vacinação; ser gratuito; e ser distribuído de acordo com os critérios de prioridade cientificamente definidos”.

No entanto, o Primeiro-Ministro deixou alertas, sublinhando que Portugal nunca terá “tido um esforço de vacinação com um volume de vacinas tão significativo e em tão pouco tempo”, alertou para que “as dificuldades do plano começam agora e serão crescentes conforme o processo se for desenrolando”.

A vacinação “é um esforço imenso que vai ser feito, mas que não é menor do que o que os portugueses têm feito ao longo destes meses, prescindindo da sua liberdade para conterem a pandemia, do esforço que as famílias têm feito, suportando fortes perdas do seu rendimento para ajudarem à proteção dos seu postos de trabalho, do esforço das empresas para sobrevierem contra ventos e marés nesta pandeia que extravasou o âmbito da saúde e invadiu a economia e a sociedade”.

O Plano
“A disponibilização de vacinas, quando acontecer a e ao ritmo a que acontecer, vai continuar a precisar de ser acompanhada, durante largos meses, pelo cumprimento das demais regras imprescindíveis para mantermos os nossos sistemas sociais e económicos a responder no período em que ainda não se tenha alcançado a imunidade”, disse a Ministra da Saúde, Marta Temido.

A Ministra destacou ainda o rigor técnico da equipa de coordenação do plano para a distribuição e administração das vacinas. O processo relacionado com a vacinação não começa agora, pois Portugal está, desde junho, a acompanhar o processo da União Europeia sobre o desenvolvimento, produção e disponibilização de vacinas, disse.

“As vacinas a distribuir terão carácter universal e gratuito e serão administradas de acordo com as características do medicamento, e disponibilizadas no Serviço Nacional de Saúde, usando o mais possível a cadeia do SNS, e depois eventualmente expansível a outros pontos do sistema de saúde, com logística segura e registos que permitam monitorizar o processo”.

Francisco Ramos, o coordenador do grupo de trabalho que elaborou o plano, afirmou que os objetivos do plano são “reduzir a mortalidade e o internamento em Unidades de Cuidados Intensivos, controlar os surtos nas populações mais vulneráveis, e preservar a capacidade de resposta dos serviços universais”.

Os grupos prioritários foram definidos a partir dos dados conhecidos, que mostram que as pessoas mais de 50 anos são 97% dos óbitos, 91% dos internamentos hospitalares e 81% dos internamentos em cuidados intensivos. Há outras doenças que são fatores de risco importante, destacando-se as coronárias, renais e pulmonares.

Primeira fase

Segundo o plano, na primeira fase, serão vacinadas as pessoas com 50 ou mais anos, com uma das doenças referidas acima, os residentes em lares e em unidades de cuidados continuados e respetivos profissionais, os profissionais de saúde e dos serviços essenciais, representando no conjunto 950 mil pessoas.

Na segunda fase, serão vacinadas dois grupos de pessoas: as com mais de 65 anos sem doenças, e as com entre 50 e 65 que tenham diabetes, cancro, insuficiência hepática e renal, obesidade e hipertensão, representando, o primeiro subgrupo, 1,8 milhões e o segundo mais 900 mil.

Na terceira fase, será vacinado o resto da população, se a indústria conseguir produzir vacinas à velocidade suficiente; se não o conseguir, serão criados novos subgrupos prioritários, que serão vacinados ao ritmo a que as vacinas sejam produzidas.

A vacinação em Portugal começará em janeiro, como em toda a União Europeia – a vacina será distribuída a todos os países a mesmo tempo –, mas ainda sem data, por depender da aprovação das vacinas e do ritmo de produção.

No tempo, a primeira fase deverá decorrer em janeiro e fevereiro dependendo do ritmo de abastecimento das vacinas, podendo estender-se até abril. A segunda deverá decorrer no segundo trimestre.

Locais

Os pontos de vacinação serão os do Serviço Nacional de Saúde, que tem 40 anos experiência, circuitos e rotinas estabilizados e 1200 pontos que existem em todo o País.

Os residentes em lares e internados em unidades de cuidados continuados serão vacinados nesses locais, pelas próprias equipas de enfermagem ou por equipas dos centros de saúde, os profissionais, serão vacinados pelos respetivos serviços de saúde ocupacional. Os restantes 400 mil portugueses do primeiro grupo, serão vacinados nos 1200 pontos do SNS.

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