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Alemanha pode ser o primeiro país da UE a levantar restrições a quem tiver vacinação completa

Alemanha pode ser o primeiro país da UE a levantar restrições a quem tiver vacinação completa

5 Mai, 2021

Projeto-lei foi aprovado por unanimidade no Governo e aguarda, agora, aprovação parlamentar


A Alemanha pode ser o primeiro país da UE a levantar restrições a quem tiver vacinação completa. O projeto-lei foi aprovado com unanimidade pelos membros do Governo, mas carece ainda do selo de aprovação do parlamento. No entanto, de acordo com a ministra da justiça alemã, esta medida pode entrar em vigor ainda esta semana. Christine Lambrecht defendeu que tem de haver uma "boa razão para haver restrições à vida pública”. No entanto,  "assim que essa razão deixar de existir... essas restrições não devem continuar em vigor".

De acordo com a Agence France-Presse (AEF), a proposta abrange as pessoas que já tenham sido vacinadas com as duas doses, ou uma no caso da vacina da Johnson & Johnson, e ainda aquelas que tenham recuperado da COVID-19. O projeto-lei prevê que estas pessoas não sejam obrigadas a cumprir os horários do recolhimento obrigatório, nem assegurar o distanciamento físico. Além disso, quem já tiver o ciclo de vacinação completa não será obrigado a cumprir quarentena depois de regressar de um país estrangeiro, mesmo sendo um país de alto risco.

Apesar da unanimidade no Governo, a população divide-se no apoio a esta medida, uma vez que alguns especialistas acreditam que esta é uma forma de “discriminar os jovens”, que serão os últimos a ser vacinados. Para Tilman Kuban, presidente da Young Union (uma organização juvenil democrata-cristã alemã), o Governo não deveria estar a "enviar um sinal de que uma parte da sociedade tem permissão para voltar a viajar e viver normalmente, enquanto outros têm de aguentar mais uns meses".

A estas críticas o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, disse não se tratar de conceder privilégios, mas sim de "dar-lhes o alívio de certas restrições, como lhes é condigno pelos direitos constitucionais".

Mas a Alemanha não é pioneira neste projeto-lei. Em França, por exemplo, Macron anunciou a criação de um passe sanitário, que permitirá que pessoas já vacinadas viagem para o estrangeiro. Além disso, o passe será exigido à entrada de restaurantes, bares, cafés ou lojas, e em eventos de grande escala, como concertos e festivais.

Na Dinamarca, as pessoas já vacinadas, as que apresentem teste PCR negativo ou as que tenham recuperado da doença podem frequentar restaurantes, bares, cafés, museus, galerias de arte, bibliotecas, jardins zoológicos e parques temáticos.

Já no final de abril o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) tinha avançado a hipótese de a vacinação contra a COVID-19 poder estimular um levantamento "lento" de algumas das restrições: “à medida que a vacinação avança, é encorajador ter recomendações baseadas em provas de que a imunização pode, lentamente, permitir o relaxamento das intervenções não-farmacêuticas [medidas restritivas], tais como o uso de máscaras e o distanciamento físico”, afirmou  a diretora do ECDC, Andrea Ammon.

Incidência de novos casos em queda
A incidência acumulada a sete dias caiu na Alemanha para 132,8 novas infeções por 100.000 habitantes. Estes valores comparam com os 160,6 registados há uma semana, tendência seguida pelo número de casos e mortes e que reflete a desaceleração da pandemia.

As autoridades de saúde registaram 18.034 novos positivos em 24 horas e 285 mortes, segundo avança o Instituto Robert Koch (RKI) de virologia citado pela Lusa. Na última quarta-feira, o número de novas infeções chegou às 22.231 e o de mortes com ou de COVID-19 atingiu os 312.

O índice de transmissibilidade semanal é de 0,82, o que significa que cada 100 infetados contamina, em média, 82 outras pessoas.

A vacinação continua a todo o gás. Cerca de 23,5 milhões de pessoas já foram vacinadas com a primeira dose, o que representa 28,3% da população. Com a vacinação completa são já 6,66 milhões de pessoas, 7,94% da população.

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