A indústria de calçado está disponível para acolher refugiados ucranianos. Depois do repto lançado à indústria, até ao momento, mais de 45 empresas já sinalizaram cerca de 400 postos de trabalho.

“O setor de calçado que, tantas vezes é apontado com um exemplo de competitividade, deve voltar a assumir uma posição de relevo, de grande responsabilidade”, considera Luís Onofre. “Por esse motivo, tomamos a liberdade de abordar o Governo, manifestando a disponibilidade para acolher, na indústria, refugiados ucranianos. Numa segunda fase, auscultamos as nossas empresas e sinalizamos mais de 40 empresas com 200 postos de trabalho disponíveis”, revela o Presidente da APICCAPS.

As últimas semanas foram verdadeiramente trágicas na história recente da Europa, com o início do conflito na Ucrânia. Até ao momento, mais de 2 milhões de ucranianos já abandonaram o seu país. A ONU estima mesmo que, nos próximos meses, o número de refugiados ucranianos ascenda a cinco milhões.

Há várias questões processuais a serem, desde já, consideradas: o estatuto de refugiado, o acolhimento no nosso país, a integração na segurança social ou mesmo no Serviço Nacional de Saúde. Importa, de igual forma, assegurar condições de trabalho no nosso país, na nossa indústria, e a imprescindível formação profissional. Para esse efeito, o Governo criou um grupo de trabalho inter-ministerial. 

A APICCAPS abordou o Governo nesse sentido e está já a efetuar um levantamento das oportunidades de emprego no setor. “São verdadeiramente difíceis de prever as consequências de um conflito desta natureza. Sabemos, porém, que não poderemos ficar indiferentes ao que está a ocorrer na Ucrânia e tudo faremos para estar à altura de uma digna resposta humanitária”, finalizou Luís Onofre.