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APICCAPS vai defender calçado de couro nos mercados externos

APICCAPS vai defender calçado de couro nos mercados externos

15 Set, 2022

Calçado de couro: um produto de excelência


São vários os argumentos usados, à escala internacional, para se analisar o impacto do couro no meio ambiente e, em particular, na produção de calçado. A APICCAPS desafiou, no âmbito do recém-lançado INSURE.Hub – Inovação em Sustentabilidade e Regeneração - que junta a Universidade Católica do Porto (Biotecnologia e Business Schools) e a Planetiers New Generation, o Hub e o seu ecossistema internacional de parceiros a avaliar a sustentabilidade do couro. O resultado desse trabalho começará desde já a ser divulgado, com ações no terreno, nomeadamente em certames profissionais, junto de potenciais clientes, mas igualmente com uma promoção orientada para os consumidores finais. Em simultâneo, serão desenvolvidas ações de relações públicas nos mercados externos.

Em termos práticos, a Associação procurará, por um lado, “desmistificar algumas ideias preconcebidas” e por outro, “escalpelizar os argumentos competitivos que tornam o calçado em couro um produto de excelência”. “O Couro é indiscutivelmente a melhor matéria-prima disponível no mercado”, assegura Luís Onofre, Presidente da APICCAPS.

Desde logo, e ao contrário do que se poderia prever, o consumo de carne está a aumentar e a bater recordes.  A nível mundial o consumo cresceu 5.2% de 2016 a 2020. Já em 2021 deve ter aumentado 1%, registando um novo máximo histórico. O destaque recai na China, com um crescimento acumulado de 41,0% desde 2016.

Depois, a indústria de calçado promove, desde a sua génese, a economia circular. Com efeito, o couro usado na indústria de calçado é, na sua esmagadora maioria, de origem bovina.  Na sua essência, a indústria de calçado reaproveita uma matéria-prima nobre desperdiçada pela indústria aumentar.

A durabilidade é outro elemento-chave na indústria. Ainda que os estudos internacionais sugiram que o período médio de vida de um par de calçado ronde  um ano, no caso do calçado em couro o período de vida melhora consideravelmente e desenvolve, mesmo, uma nova aparência que agregue valor ao produto.

Para a APICCAPS, todos os materiais têm um caminho a percorrer nos próximos anos no que diz respeito à melhoria e integração dos seus níveis de sustentabilidade. O couro não é exceção – incluindo métodos de preparação de peles e o seu processo de curtimento.

Foram, no âmbito deste estudo, identificadas cinco boas-práticas que devem ser replicadas. Esse é um dos objetivos do projeto BioShoes4all, que a APICCAPS e o Centro Tecnológico do Calçado estão a desenvolver.

Rastreabilidade (o Consumidor deve ter acesso a todos os dados para uma tomada de decisão informada), criação de gado (pode ser gerida de forma sustentável e regenerativa, privilegiando-se a criação em vastas pastagens, de modo a promover a biodiversidade e uma melhor fertilização dos solos), curtimenta (reduzindo ou eliminando a o curtimento à base de crómio), comportamento do consumidor (sensibilizando-os para o facto do calçado em couro melhorar o valor à medida que envelhecem, podendo passar de uma geração para outra) e transparência (uma forma de demonstrar a sustentabilidade do couro passa por assegurar transparência ao longo da cadeia de valor e analisar os impactos junto aos fornecedores do negócio e suas práticas) são áreas críticas a ser aprofundadas.

Para a APICCAPS, a sustentabilidade vai muito além das melhorias ambientais do produto para abranger a organização como um todo (cumprimento das regras internacionais, responsabilidade social, entre outros).

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