Fundo Monetário Internacional reconheceu que as previsões para a economia portuguesa são afetadas pelas restrições de viagens
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu que as previsões para a economia portuguesa são especialmente afetadas pelas restrições de viagens. De acordo com o diretor do departamento europeu do Fundo Monetário Internacional, as previsões para a economia portuguesa são especialmente afetadas pelas restrições de viagens e limitações noutros países.
Segundo Alfred Kammer "uma das avaliações a fazer é como o turismo será afetado, porque Portugal está com uma grande indústria de turismo. Significa que haverá efeitos domésticos, mas Portugal também é bastante afetado pelas restrições de viagens e restrições noutros países", destaca a Lusa. No entanto, o diretor do departamento europeia do FMI destacou que "há muita incerteza nas previsões da instituição”. Kammer destacou ainda que a avaliação da situação portuguesa está também relacionada com o comportamento económico da vizinha Espanha, "que afeta os desenvolvimentos económicos em Portugal".
Para Espanha, o FMI prevê uma queda do PIB de 12,8% em 2020 e um crescimento económico de 7,2% no próximo ano.
Projeções do Governo Português
Questionado sobre um maior pessimismo do FMI relativamente às projeções do Governo português para 2020 – que prevêem uma queda de 10% da economia face a 8,5%, Alfred Kammer explicou que o fundo assume "uma recuperação mais gradual do que o Governo português na segunda metade [do ano]", mas "uma forte recuperação em 2021", mais otimista que a do executivo português. "Diria que são diferenças marginais. Por vezes expressam-se em grandes diferenças nos números, mas há muita incerteza relativamente a todos os números de que estamos a falar".
O Fundo Monetário Internacional divulgou ontem o documento Perspetivas Económicas Regionais, onde refere que os estímulos orçamentais em Portugal serão os quartos mais baixos de 25 economias avançadas na Europa, acima de França, Finlândia e Eslováquia, ficando abaixo dos 4% do PIB.
A lista é liderada pelo Reino Unido, Alemanha, Áustria e Letónia, todos com estímulos acima de 8% do PIB.
A pandemia é, ainda, um destaque da FMI. "O choque da covid-19 pode resultar em escassez de liquidez e ações no setor empresarial europeu no final de 2020". Apesar disso, a instituição acredita que “se as medidas de política anunciadas pelos países para apoiar a economia forem totalmente implementadas, isso poderá reduzir significativamente os riscos de liquidez".
