Conheça a história do neto que desenvolveu uma marca com a avó
Bernardo: O projeto nasceu de uma brincadeira. Eram 5 da manhã e alguém no meu grupo de amigos teve a ideia de fazer um sapato de cannabis. Inicialmente não teve interesse nenhum, mas depois comecei a pesquisar sobre o tema e pedi ajuda à minha avó, que tem mais de 50 anos de experiência em têxteis.
Porquê juntar a avó a este projeto?
Bernardo: A minha avó é o equivalente a um CTO (Chief Technology Officer). É ela que ajuda no desenvolvimento do tecido e ajuda nos detalhes da construção. A experiência dela foi crucial para acelerar o desenvolvimento e o time to market. Sem ela ainda hoje andava a trabalhar nos primeiros protótipos.
A D. Otília é mesmo ‘a avó’ deste projeto. Tem muitos anos de experiência no setor têxtil…disse logo que sim ao seu neto?
Eu inicialmente fiquei um pouco zangada por o meu neto querer entrar no mundo das ‘drogas’. Mas depois ele lá me explicou que era um material sustentável e eu ajudei-o.
Foi fácil trabalhar com um material como cânhamo? Que desafios tem este material?
O material era muito resistente, na verdade tão forte que a minha máquina de costura não dava. Então logo de início ele começou a levar-me às fábricas para eu ajudar a desenvolver tudo e a fazer o controlo de qualidade dos produtos.
Voltando ao Bernardo, como é que a marca de distingue no mercado?
Bernardo: A marca distingue-se essencialmente por fazer sapatos de cânhamo, que é a nossa especialidade. A fibra que estamos a desenvolver já teve várias interações fruto de anos de teste em laboratório e de feedback de clientes. O cânhamo é muito superior a outras fibras por ser mais resistente, mais ecológico, e neste caso por ser também impermeável.
Quais os projetos para o futuro da marca?
Bernardo: Neste momento estamos a lançar novos modelos e novos productos, todos associados às fibras de cânhamo que nós desenvolvemos.
Que conselho dariam a um jovem que está a entrar no setor?
Bernardo:O conselho mais importante seria a perseveramça, porque as coisas correm bastante mal antes de correrem bem. Nesse sentido é importante que os jovens não desistam aos primeiros obstáculos.
D. Otília, qual é o conselho que mais repete aos jovens?
D. Otília: O que eu mais digo aos meus netos e digo a todos os jovens é para trabalharem arduamente. Sem trabalho não há frutos.