Resultados do inquérito Sinais Vitais, promovido pela CIP
Cerca de 79% das empresas consideram que os apoios estão muito aquém ou aquém do que é necessário para responder à crise provocada pela pandemia e mais de metade (55%) dos empresários inquiridos acreditam que "o PRR será pouco ou nada significativo para a atividade da sua empresa". As conclusões são do estudo Sinais Vitais, promovido pela CIP (Confederação Empresarial de Portugal) e realizado pelo Marketing FutureCast Lab do ISCTE..
Dois terços das empresas não se candidataram a nenhuma medida de apoio à economia nos últimos três meses e 62% consideram “burocrático o acesso a estas linhas públicas”.
"Quando o Governo decide quais as empresas que são elegíveis, e [isso] faz com que metade das empresas não tenha condições [para aceder] devemos questionar-nos se os critérios são os adequados", diz Armindo Monteiro, vice-presidente da CIP.
"A tempestade vai passar — conclui o vice-presidente da CIP — mas "as escolhas que se fazem agora podem alterar profundamente o tecido empresarial", o que significa que “as empresas não vão sair incólumes” das decisões tomadas pelo Governo. “O que fizermos agora terá implicações no futuro e temos de ver se queremos ter um tecido empresarial mais forte ou mais fragilizado.”
O facto de os programas de apoio terem aumentado o endividamento das empresas, por terem privilegiado “o aumento da dívida em detrimento de apoios diretos”, é apontado por Armindo Monteiro como um peso extra que prejudica as empresas portuguesas face aos concorrentes internacionais.
Este é o décimo-sexto inquérito mensal realizado às empresas para a CIP e tem como objetivo perceber a sua situação atual das empresas e as expectativas que têm para este ano, mas também uma avaliação das medidas definidas para combater a pandemia provocada pela COVID-19.