Apenas 10% das empresas consideram que vão conseguir, até final de 2021, atingir um nível económico semelhante ao anterior à pandemia. As conclusões são do projeto Sinais Vitais, desenvolvido pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e pelo Marketing FutureCast Lab do ISCTE.

De acordo com o documento, "apenas 10%" dos gestores e empresários consideram que, no seu setor, a recuperação se dará até final de 2021, verificando-se a mesma percentagem (10%) para os que acreditam que ocorrerá depois de 2023. Por sua vez, 19% responderam que a recuperação chegará ao longo de 2023, enquanto 17% acreditam que será no segundo semestre de 2022 e 15% no primeiro semestre de 2022.

De acordo com Óscar Gaspar, vice-presidente da CIP,  os resultados do inquérito mostram que "desconfinar não é recuperar", defendendo que crise é "intensa e duradoura" e que a recuperação económica está ainda "muito longe" de se alcançar, sendo necessários os apoios à economia.

A maioria (59%) das empresas considera adequado o plano de desconfinamento, mas há 20% que o consideram demasiado lento e restritivo e 21% demasiado rápido ou imprudente.

Cerca de 84% das empresas inquiridas pela CIP considera, ainda, que os programas de apoio estão aquém das necessidades. No âmbito dos apoios públicos, 66% das empresas considera o acesso aos apoios públicos burocráticos ou muito burocráticos. No entanto, 60% das empresas garante já se ter candidatado a um programa de apoio e, dessas, 71% viu o apoio aprovado. Além disso, 48% das empresas consideram que o PRR será pouco ou nada significativo para a atividade da sua empresa.

O número de empresas que responderam ao inquérito em pleno funcionamento aumentou em relação ao período passado de forma significativa, de 67% para 77%. As empresas fechadas baixaram de 9% para 4%, tendo igualmente baixado as empresas parcialmente encerradas de 24% para 19%

Outro destaque vai para a queda das vendas. Cerca de 50% das empresas inquiridas tiveram uma queda de vendas de 49% em média, face a março de 2019, enquanto 40% estão a vender a novos clientes, o que significa um crescimento face a fevereiro.

Este inquérito integra a terceira fase do Projeto Sinais Vitais, desenvolvido pela CIP, através das associações que a integram, em conjunto com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. O objetivo é recolher informação atualizada sobre a posição dos responsáveis pelas empresas portuguesas e sobre o impacto que diferentes situações têm nestas, no quadro da situação de exceção provocada pela pandemia de COVID-19.