Design, qualidade, know-how acumulado ao longo de gerações e uma grande paixão pelos artigos de pele. Estes são alguns dos ingredientes que estão a transformar radicalmente o setor dos artigos de pele em Portugal. Hoje, quase todas as grandes marcas globais estão a dar prioridade a Portugal. Mas
há também cada vez mais espaço para marcas portuguesas. Atualmente, existem 280 empresas estabelecidas em Portugal, responsáveis por 4063 postos de trabalho. Nos últimos cinco anos, as exportações cresceram 57,4%, atingindo os 310 milhões de euros. O segmento que mais se destacou foi o das malas, com um aumento de 12,9%, totalizando 149 milhões de euros.

Ana Maria Vasconcelos acredita que “o setor está a crescer e as perspetivas são muito promissoras.” A responsável da Belcinto, que trabalha com grandes marcas internacionais, destaca a versatilidade e a capacidade de resposta rápida como alguns dos fatores de sucesso do setor nos mercados internacionais.Recentemente, a histórica empresa fundada em 1961 lançou a marca Leather Goods. “Na LeatherGoods, definimos um objetivo sério, difícil e alcançável: produzir apenas a partir dos materiais excedentes de outras coleções, reutilizando-os e aproveitando-os integralmente, sem gerar novos ‘resíduos’ no processo,” revelou Ana Maria Vasconcelos. “Isso obrigou-nos — a continuar — a pensar o design com rigor, inventar novas composições e combinações que ainda fossem apelativas para os consumidores, assumir riscos e desafiar a criatividade da equipa, partindo de uma ideia que nos é querida: olhar para uma peça em todo o seu potencial, satisfazendo plenamente a funcionalidade sem deixar de agradar e até surpreender os consumidores, mantendo-se atual, mas sem comprometer a sustentabilidade.”

Para Orlando Soares, CEO da marca Marta Ponti, “proximidade (no caso da Europa), qualidade, flexibilidade e confiança” são as principais vantagens competitivas do setor de artigos de pele em Portugal. Todos os dias, novas caras entram no setor. Trazem ideias frescas, designs inovadores e conceitos originais. E prometem ser o futuro desta indústria. É o caso da Ownever, que nasceu do sonho de Eliana Barros em criar uma carteira que nunca saísse de moda. “Queria fazer a diferença num mundo onde o consumismo é desenfreado, sem contribuir para a indústria da fast fashion. Estamos num ponto de viragem na história que marcará as gerações futuras.”