Reindustrialização pode ser uma oportunidade para Portugal
A crise económica provocada pela resposta à pandemia da COVID-19 obrigou a “aprender algumas lições que poderão ser uma oportunidade para Portugal e Europa”. As palavras são do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
“Uma das lições primeiras lições a apreender com esta pandemia é que a economia europeia precisa de voltar a ter indústrias que foram para outros continentes, e esta reindustrialização pode ser uma oportunidade para Portugal”, disse o ministro responsável pela internacionalização da economia portuguesa.
Portugal tem ativos importantes que pode e deve usar: “a qualificação dos recursos humanos, o domínio plurilinguístico, a tecnologia, a qualidade do serviço e a qualidade do ecossistema de conhecimento e inovação, assim como as áreas em que é hoje dominante, a começar pela energia renovável”.
Europa, África e América Latina
Simultaneamente, Portugal deve ter uma estratégia de dupla direção que se dirija, ao mesmo tempo, ao mercado interno europeu (destino de três quartos das exportações portuguesas) e também ao mercado externo, com particular interesse em África e na América Latina.
“Portugal quer estar na linha da frente da reindustrialização da Europa e quer pôr ao serviço da Europa as suas enormes capacidades em matéria industrial”, afirmou Augusto Santos Silva, apontando o têxtil, o vestuário, o calçado, a engenharia, a farmacêutica e o agroalimentar como exemplos a seguir.
“Portugal quer ser um fator de industrialização, um cluster industrial poderoso na Europa da reindustrialização. As vantagens enormes do ponto de vista da segurança humana, implicando a qualidade dos seus sistemas de saúde, da segurança pública e das condições de vida e bem-estar”, que são também “um ativo essencial para o setor do turismo”.
Imagem de Portugal
O Ministro afirmou também que “a imagem do País sai reforçada nesta crise em diferentes dimensões”, referindo a “unidade política e concertação institucional mantendo, simultaneamente, todos os elementos constituintes de uma democracia viva de base parlamentar pluripartidária. Esta ideia de unidade política é um dos pontos mais importantes para a imagem do País”.
Contudo, “o elemento mais importante” foi a capacidade de resposta que Portugal mostrou, sendo “a resiliência do Serviço Nacional de Saúde um dos elementos mais postos em relevo nos círculos que contam na Europa: os círculos políticos, económicos, empresariais, sindicais e naturalmente também a opinião publica”.
Crise e recuperação
O Ministro disse que o setor das exportações vai ser um dos mais penalizados com a atual crise, mas afirmou que a recuperação para o nível de 2019 deverá acontecer em “dois a três anos”.
“De acordo com as previsões da União Europeia, é possível que a queda nas exportações portuguesas chegue aos 14%, mas essa queda todos prevemos que seja conjuntural”, disse acrescentando que “as mesmas previsões apontam para uma recuperação das exportações portuguesas em 13%, logo no ano seguinte”.
O Governo não conta que o nível da economia seja, em 2021, idêntico ao de 2019, prevendo a recuperação em dois a três anos, uma previsão “mais do que confortável”, “mesmo prudente e timorata”.
Impacto orçamental
A resposta à crise não deve ser feita através de austeridade, mas sim “através de investimento de todos” e “de aposta em novas oportunidades” ao nível europeu.
O Estado “tem sofrido a consequência lógica do abrandamento da atividade económica que é a diminuição da receita fiscal e, ao mesmo tempo, tem aumentado muito significativamente a sua despesa, quer com linhas de crédito, quer com recursos que põe ao dispor das famílias, das pessoas e empresas”. .
Isto implica que o Estado tem de se financiar “muito mais do que o que estava previsto no Orçamento de Estado para 2020”, necessidade que “vai crescer nos próximos meses, porque na fase de recuperação da economia também será necessário mais financiamento”.
Aliás, “um dos ensinamentos desta crise na Europa é a importância de não perder de vista a despesa social do Estado, porque é essa que garante a capacidade para responder em termos de saúde e proteção social”.
Para ultrapassar a situação, conseguindo menores custos e prazos de pagamento mais alargados, Augusto Santos Silva reiterou que a melhor solução é os Estados-membros da União Europeia pedirem, juntos, financiamento ao mercado – a posição de Portugal no Conselho Europeu de 23 de abril.
“Se formos juntos ao mercado, se a Comissão Europeia for em nosso nome, obteremos todos um duplo benefício: moratórias mais generosas, prazos de amortização mais geríveis e juros mais baixos se não mesmo inexistentes”, disse, acrescentando que essa cooperação permite que “os ataques especulativos no mercado, os abutres, tenham menos pasto para se alimentar”.
“Uma das lições primeiras lições a apreender com esta pandemia é que a economia europeia precisa de voltar a ter indústrias que foram para outros continentes, e esta reindustrialização pode ser uma oportunidade para Portugal”, disse o ministro responsável pela internacionalização da economia portuguesa.
Portugal tem ativos importantes que pode e deve usar: “a qualificação dos recursos humanos, o domínio plurilinguístico, a tecnologia, a qualidade do serviço e a qualidade do ecossistema de conhecimento e inovação, assim como as áreas em que é hoje dominante, a começar pela energia renovável”.
Europa, África e América Latina
Simultaneamente, Portugal deve ter uma estratégia de dupla direção que se dirija, ao mesmo tempo, ao mercado interno europeu (destino de três quartos das exportações portuguesas) e também ao mercado externo, com particular interesse em África e na América Latina.
“Portugal quer estar na linha da frente da reindustrialização da Europa e quer pôr ao serviço da Europa as suas enormes capacidades em matéria industrial”, afirmou Augusto Santos Silva, apontando o têxtil, o vestuário, o calçado, a engenharia, a farmacêutica e o agroalimentar como exemplos a seguir.
“Portugal quer ser um fator de industrialização, um cluster industrial poderoso na Europa da reindustrialização. As vantagens enormes do ponto de vista da segurança humana, implicando a qualidade dos seus sistemas de saúde, da segurança pública e das condições de vida e bem-estar”, que são também “um ativo essencial para o setor do turismo”.
Imagem de Portugal
O Ministro afirmou também que “a imagem do País sai reforçada nesta crise em diferentes dimensões”, referindo a “unidade política e concertação institucional mantendo, simultaneamente, todos os elementos constituintes de uma democracia viva de base parlamentar pluripartidária. Esta ideia de unidade política é um dos pontos mais importantes para a imagem do País”.
Contudo, “o elemento mais importante” foi a capacidade de resposta que Portugal mostrou, sendo “a resiliência do Serviço Nacional de Saúde um dos elementos mais postos em relevo nos círculos que contam na Europa: os círculos políticos, económicos, empresariais, sindicais e naturalmente também a opinião publica”.
Crise e recuperação
O Ministro disse que o setor das exportações vai ser um dos mais penalizados com a atual crise, mas afirmou que a recuperação para o nível de 2019 deverá acontecer em “dois a três anos”.
“De acordo com as previsões da União Europeia, é possível que a queda nas exportações portuguesas chegue aos 14%, mas essa queda todos prevemos que seja conjuntural”, disse acrescentando que “as mesmas previsões apontam para uma recuperação das exportações portuguesas em 13%, logo no ano seguinte”.
O Governo não conta que o nível da economia seja, em 2021, idêntico ao de 2019, prevendo a recuperação em dois a três anos, uma previsão “mais do que confortável”, “mesmo prudente e timorata”.
Impacto orçamental
A resposta à crise não deve ser feita através de austeridade, mas sim “através de investimento de todos” e “de aposta em novas oportunidades” ao nível europeu.
O Estado “tem sofrido a consequência lógica do abrandamento da atividade económica que é a diminuição da receita fiscal e, ao mesmo tempo, tem aumentado muito significativamente a sua despesa, quer com linhas de crédito, quer com recursos que põe ao dispor das famílias, das pessoas e empresas”. .
Isto implica que o Estado tem de se financiar “muito mais do que o que estava previsto no Orçamento de Estado para 2020”, necessidade que “vai crescer nos próximos meses, porque na fase de recuperação da economia também será necessário mais financiamento”.
Aliás, “um dos ensinamentos desta crise na Europa é a importância de não perder de vista a despesa social do Estado, porque é essa que garante a capacidade para responder em termos de saúde e proteção social”.
Para ultrapassar a situação, conseguindo menores custos e prazos de pagamento mais alargados, Augusto Santos Silva reiterou que a melhor solução é os Estados-membros da União Europeia pedirem, juntos, financiamento ao mercado – a posição de Portugal no Conselho Europeu de 23 de abril.
“Se formos juntos ao mercado, se a Comissão Europeia for em nosso nome, obteremos todos um duplo benefício: moratórias mais generosas, prazos de amortização mais geríveis e juros mais baixos se não mesmo inexistentes”, disse, acrescentando que essa cooperação permite que “os ataques especulativos no mercado, os abutres, tenham menos pasto para se alimentar”.