Consciente dessa realidade, a APICCAPS tem em curso um “Roteiro do Conhecimento” pelas escolas, de modo a preparar as gerações do futuro e atrair uma nova geração de talento. No ano letivo que chega agora ao fim, o Roteiro promoveu ações em 42 escolas e envolveu mais de 1000 alunos. No total dos dois anos, foram abordados 3000 alunos. Em termos práticos, neste “Roteiro do Conhecimento”, desde o início do ano letivo, foram visitadas escolas de Felgueiras, Guimarães, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira e S. João da Madeira, as principais cidades de concentração da indústria de calçado.
Numa primeira fase, as iniciativas dirigiram-se a alunos do 1º ciclo e pretenderam “divulgar o potencial da indústria do calçado”, “valorizar o território e atividades locais” e “potenciar a indústria local”. Mais tarde, foram abordados os alunos do 2º e 3º ciclo, apresentando-lhes a fábrica do futuro.
“À medida em que o setor de calçado e de artigos de pele vá evoluindo para novos patamares de excelência, a contratação de profissionais altamente qualificados é uma prioridade”, considera Luís Onofre. Para o Presidente da APICCAPS, “continua a existir na sociedade um conjunto de estereótipos relacionados com os setores industriais que importa desmistificar. Ainda que não seja um problema exclusivamente português, há um trabalho de proximidade a desenvolver". Luís Onofre destacou, igualmente, “o papel absolutamente decisivo desenvolvido pelas autarquias das zonas de forte concentração da indústria de calçado”.
Este “Roteiro do Conhecimento” terá uma duração de três anos, e enquadra-se no Plano Estratégico do Cluster do Calçado 2030 e foi desenvolvido no âmbito do projeto BioShoes4All.
Dia Aberto na Indústria do Calçado chega a Felgueiras
Para demonstrar o trabalho realizado ao longo do ano letivo, que procurou – entre outros - estimular a criatividade dos alunos e envolver as famílias, a APICCAPS e o CTCP promoveram o Dia Aberto da Indústria de Calçado.
No âmbito das atividades previstas, o espaço Passado, Presente e Futuro, em Felgueiras, abriu as portas e os alunos e famílias tiveram oportunidade de visitar a exposição “Passado, presente e futuro” e a exposição “Sapatilhas – Primeiros passos em Felgueiras”, do colecionador Pedro Carvalho Almeida; participar num ESCAPE ROOM “À Descoberta do Património Industrial de Felgueiras”; participar nas experiências elaboradas em contexto de sala de aula: puzzle, ilustração; ver a exposição de ilustrações realizadas em contexto de sala de aula pelos alunos do 1ºciclo e explorar a exposição de esculturas de sapatos realizadas pelos jovens alunos e concretizadas com materiais reciclados.
“As minhas primeiras palavras são para vocês – alunos - porque se não fossem vocês isto não tinha o mesmo interesse. Foi pensado especificamente para vocês e foram vocês que puseram a vossa família a trabalhar neste projeto”, começou a vereadora da Câmara Municipal de Felgueiras. Ana Medeiros, salientou a importância do projeto “sintam-se envolvidos no propósito que este projeto tem, porque de facto nós precisamos de trazer paixão para o setor do calçado. E que as pessoas vivam momentos como estes, com entusiasmo, com uma visão de futuro”.
Opinião partilhada por Irene Guimarães. A vereadora da Câmara Municipal de São João da Madeira voltou a salientar a importância desta iniciativa num concelho onde a indústria de calçado é tão predominante”.
A vereadora do município anfitrião deste dia agradeceu a “todos, por nos ajudarem a construir este projeto e por acreditarem que o setor do calçado é a indústria mais sexy do mundo e que tem pernas para andar. Nós sem sapatos, para já, ainda se torna um bocadinho difícil de viver. Portanto, vamos acreditar que é uma indústria promissora e que estes serão jovens profissionais e, quem sabe, grandes empresários do setor do calçado amanhã”.
Ana Medeiros salientou, ainda, a importância da edução para o futuro da indústria. “As escolas têm um papel fundamental em formar os profissionais para estas novas áreas, que são também novos desafios. A indústria de hoje ainda não é aquilo que vai ser no futuro. Portanto, os jovens de hoje que vivem num contexto, têm uma perceção do contexto da indústria de hoje, mas não vai ser esse o seu futuro profissional. O seu enquadramento vai ser diferente, vai ser mais relacionado com a tecnologia”.