Atlanta, Seoul e Tóquio na rota do setor, que quer “migrar a produção para os segmentos de maior valor acrescentado”
A começar, a EY Parthenon sugere, no estudo de mercado “Os caminhos da indústria de Calçado em direção Luxo” que reduzir os custos ou evoluir para novos segmentos de mercado são duas vias possíveis para que Portugal se possa posicionar como um player relevante no setor de calçado de luxo. Já a Universidade Católica do Porto através do seu Centro de Estudos, no âmbito do Plano Estratégico Cluster do Calçado 2030, alerta que “o esforço de promoção internacional, seja ao nível da indústria, seja ao nível individual, carece de foco geográfico”.
De acordo com a Universidade Católica “mercados em crescimento oferecem melhores perspetivas de sucesso comercial”. Feitas as contas, “as perspetivas de evolução da população e do PIB per capita de cada país sugerem que, na próxima década, será sobretudo na Ásia e em África que o consumo de calçado mais aumentará”. Já entre as economias avançadas, “os EUA são o país que oferece melhores perspetivas, nomeadamente quando se considera adicionalmente a dimensão do mercado”. A Católica admite que “o mercado potencial do calçado português é constituído pelos consumidores que têm um rendimento igual ou superior à média do PIB per capita dos países da OCDE em 2020, ou seja, cerca de 38 500 dólares”.
O diagnóstico
De acordo com a EY Parthenon, “o aumento dos custos e a intensificação da concorrência ameaçam o setor do calçado”. Em resultado, o setor terá de “rever o seu posicionamento”. Para alcançar a sustentabilidade financeira do setor, a redução dos custos de produção é uma das vias. Para isso, importará “aumentar a escala com integração de vários players”. A outro novo, a EY sugere “aumentar a produtividade através de novos processos industriais” e “otimizar o custo da mão-de-obra subcontratando parte no exterior”. Por fim, as empresas poderão “diminuir os custos das matérias-primas através da inovação do produto”.
Negócios de luxo
A produção mundial de calçado é dominada pelos países asiáticos, sendo a China responsável por praticamente 55% da produção global. Em valor, o mercado de calçado ascende a 398 mil milhões de dólares, 8% dos quais gerados pelo segmento de calçado de luxo. De acordo com a EY Parthenon no estudo de mercado “Os caminhos da indústria de Calçado em direção Luxo”, Portugal é uma forte alternativa a Itália. Para este reposicionamento deverá intervir em três níveis: desenvolvimento da produção, desenvolvimento comercial e inovação.