Hugo Freitas, Jovita
É um dos responsáveis pela empresa de calçado Jovita. Hugo Freitas acredita que 2021 ainda será um ano de superação, mas também de novas oportunidades. Sente falta de um planeamento estável e de estar com os amigos e família.
Primeiro a saúde, fizemos obras para manter os critérios de distanciamento e assim juntamente com a sensibilização dos nossos colaboradores continuarmos a laboral com o menor impacto possível. Garantir a cadeia de abastecimento também foi muito importante.
Para além de algumas ajudas do governo que usamos, reavaliamos custos, utilizamos plataformas alternativas de comunicação com os clientes habituais e outros apareceram com uma perspetiva do online.
Que avaliação faz às medidas apresentadas pelo Governo?
O Calçado Português é de mão de obra intensiva e exportador. A tarefa do governo não é fácil. Há medidas interessantes na tentativa de manter postos de trabalho, mas o pressuposto para aceder ao apoio não foi bem avaliado e pecou por tardio.
Os Seguros de crédito foram esquecidos e neste contexto era fundamental reduzir riscos sem custos. As linhas de crédito têm taxas exageradas e acima do mercado, a informação é confusa e dificulta o processo.
Que expectativas tem para o ano de 2021?
Não tenho dúvidas que 2021 vai continuar difícil. Mas também vão surgir oportunidades que nos podem reposicionar na cadeia de valor.
O que tem a indústria portuguesa para oferecer aos seus clientes?
A indústria portuguesa é forte e os nossos empresários são uns verdadeiros heróis que gerem pessoas fantásticas e com uma capacidade de resiliência especial. O nosso “Savoir Faire” associado à sustentabilidade, qualidade, inovação e responsabilidade social são reconhecidos por todos os nossos parceiros. Oferecer isto com seriedade é o que melhor podemos fazer.
Este ano, o nosso país começa a beneficiar de um pacote extraordinário de medidas de apoio, a famosa «bazuca europeia». Que expectativas tem relativamente a esse pacote de medidas?
Espero que ajudem a criar o contexto de competitividade. Baixar a TSU e carga fiscal. Segurar a atividade exportadora através de seguros de crédito realistas. Linhas de crédito sem juros. Aproximar a investigação e as universidades ao setor.
Se do ponto de vista do negócio, o ano de 2020 foi particularmente difícil, o que mudou na sua vida pessoal nestes últimos meses?
O afastamento de alguns familiares e amigos foi o mais difícil. Os meus hobbies ficaram limitados a quase nada. Lá em casa todos nos reinventamos e essa foi a parte divertida.
Saudade foi a palavra eleita pelos portugueses para resumir o ano der 2020. De que sente mais saudades?
Sinto saudades de planear com confiança e estabilidade.