APICCAPSAPICCAPSAPICCAPS
Facebook Portuguese Shoes APICCAPSYoutube Portuguese ShoesAPICCAPS

Diário de um confinamento: Jorge Pinto

Diário de um confinamento: Jorge Pinto

25 Jan, 2021

Jorge Pinto, SKYPRO


É responsável pela SKYPRO, uma empresa líder na produção e comercialização de calçado profissional para a indústria da aviação. Com o recolhimento obrigatório em quase todos os países, este foi um dos setores mais afetados pelos efeitos da pandemia. Jorge Pinto acredita que o segredo é investir em novos setores e em novos mercados.
 
Que avaliação faz às medidas apresentadas pelo Governo?
Aceitável até Dezembro de 2020, um desastre no período de Natal, assim mostram os números da pandemia.
 
Que expectativas tem para o ano de 2021?
São expectativas moderadas, a SKYPRO está muito ligada ao mercado da indústria da aviação. Estamos já a trabalhar em novos sectores e mercados e hoje transformamos digitalmente a gestão de uniformes, pelo que temos projetos para crescer e muita vontade de fazer bem, com diferenciação e alta criação de valor. Fomos, no início de 2020, a primeira empresa no setor fashion a crescer em Portugal e a 6ª na Europa. No entanto, a crise tudo mudou. Muito foco na recuperação, e em encontrar novos clientes fora do mercado base. Será um ano de transição e focado na angariação de novos clientes e lenta retoma dos clientes atuais.
 
O que tem a indústria portuguesa para oferecer aos seus clientes?
Há experiência e tradição de fazer bem no setores tradicionais, há um bom time-to-market, e há algumas empresas que tem níveis de inovação significativo e projetos capazes de escalar. Há cada vez mais empresas focadas nos mercados externos, cuja preparação e exigência implicam bons recursos e inovação constante. Há uma grande capacidade de resistência e de reação que são importantes nestes momentos de crise, que ajudam a esconder as dificuldades de uma execução planeada.
 
Este ano, o nosso país começa a beneficiar de um pacote extraordinário de medidas de apoio, a famosa «bazuca europeia». Que expectativas tem relativamente a esse pacote de medidas?
Espero que o apoio chegue de forma maciça, mas que seja entregue com o mais elevado critério. É preciso privilegiar os setores de alta criação de valor para que se faça uma transição para a economia do futuro. É preciso selecionar, pentear fino, para que chegue às empresas que inovam, às empresas que captam e desenvolvem talento e que as suas atividades sejam produtoras de alto valor.

É preciso escolher projetos de exportação, com possibilidade de sucesso em multi-mercados e às empresas que tenham capacidade de escalar dentro e fora de portas. Se quem decide seguir os critérios e recomendações do Eng.º António Costa e Silva de forma disciplinada já seria um feito. É tão importante escolher onde colocar o dinheiro como, ter claro onde não colocar. O World Economic Forum no “Jobs of the Future” demonstra que há sectores que vão morrer dentro de pouco anos, é claro onde não podemos investir.
 
Se do ponto de vista do negócio, o ano de 2020 foi particularmente difícil, o que mudou na sua vida pessoal nestes últimos meses?
Foi um ano de aceitação das condições radicalmente diferentes e enfrentar, com determinação, os desafios que a pandemia implicou na vida pessoal e nas mudanças que vivi na empresa. Há neste períodos uma dedicação extrema à família e a todos os trabalhadores da SKYPRO, de quem tenho a obrigação de cuidar. As dificuldades que a pandemia impôs impediu as viagens frenéticas que faço todos os anos para visitar e angariar clientes, ficando remetido a casa ou ao escritório dias sem fim, implica uma grande gestão das expectativas para a empresa e acho que os meus filhos já não estavam habituados a ter demasiado tempo em casa.
 
Saudade foi a palavra eleita pelos portugueses para resumir o ano der 2020. De que sente mais saudades?
 De estar perto dos clientes, viajar e fechar negócios com mais frequência. Saudades de receber amigos em casa. Saudades de andar sem máscara.
 


Partilhar:

Últimas Notícias