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Diário de um desconfinamento: Francisco Lusquinos

Diário de um desconfinamento: Francisco Lusquinos

21 Fev, 2022

Francisco Lusquinos, Rondon Shoes


Nesta edição do Diário de um (Des)confinamento, conversamos com Francisco Lusquinos que acaba de lançar a nova marca sustentável Tríbio.eco

A pandemia trocou literalmente as voltas ao setor do calçado. De que forma se adaptou a sua empresa a este período crítico?
Sofremos imenso com o aparecimento da COVID-19 e com as suas consequências, pois como agência e representante de clientes e marcas acabamos por perder parte destes (por falência dos mesmos) e consequentemente perdemos as encomendas em carteira. Uma das alternativas foi tentar manter contacto permanente com os clientes via digital, fazendo vídeo conferências assiduamente. Sem dúvida que, dessa forma, nos sentimos mais próximos uns dos outros. Procuramos igualmente criar e oferecer novos produtos e assim manter a em ligação permanente com os clientes, para ultrapassarmos este período tão difícil.
 
Considera que o pior já passou?
Acho que as feridas deixadas vão demorar a cicatrizar, mas se usarmos bons métodos e respeitarmos as receitas corretas iremos conseguir. É, no entanto, necessário acreditar mesmo e seguir em frente sem medo. Acima de tudo, devemos acreditar nas nossas convicções e capacidades de vencer.
 
Será 2022 um ano de afirmação do calçado português no exterior?
Acredito que a partir de 2022 as coisas não serão tão fáceis como antes, pelo menos na forma de trabalhar e de abordar os clientes, bem como na comercialização do calçado.

Profissionalismo, respeito pelas regras e transparência total são primordiais e são um sinal de honestidade. Com garra, dedicação e mostrando a qualidade do nosso calçado conseguiremos ultrapassar todas as vicissitudes causadas por esta horrível pandemia que, felizmente, começa a dar sinais de abrandamento. Acredito que estamos todos a trabalhar com força e dedicação para nos afirmarmos internacionalmente e com muita vontade de sermos os melhores.
 
Quais são as principais dificuldades que sente nesta altura?
Diria que é a parte financeira. Temos produto, moda, conceito e qualidade, mas para conseguirmos atingir os tão desejados objetivos é o necessário investir em bom marketing e publicidade e não apenas em influencers. É necessário ir para além da presença nas feiras internacionais.
 
Passada esta “tormenta”, o que ficou? Antevê alterações ao nível do perfil do consumo ou mesmo da estratégia de subcontratação das grandes marcas internacionais que favoreçam, por exemplo, uma relação de maior de proximidade?

Acho que o consumo online cresceu muito durante a pandemia, mas as lojas físicas tendem a crescer e serão cada mais importantes no futuro, uma vez que os consumidores gostam de sentir nas mãos o que compram, e a loja virtual não permite este tipo de experiência.

Como agência representante de clientes e de marcas, acredito que a subcontratação das grandes marcas continuará a ser necessária e a crescente falta de mão de obra  é tal que nos  obrigará a uma relação de maior proximidade entre as partes.
 
A sustentabilidade veio para ficar ou é, na sua opinião, uma moda passageira?
A sustentabilidade é de primeira necessidade e pode muito bem acompanhar a moda, no sentido verdadeiro da sua essência que é a responsabilidade e durabilidade dos componentes usados para pouparmos os recursos naturais quando não são bio renováveis. Há produtos que se dizem sustentáveis e na verdade não o são devido ao processo de transformação dos mesmos.

O factor sócio económico terá de ser respeitado,  mas é importante que sejamos verdadeiros e corretos quando nos apresentamos como sustentáveis e amigos do planeta.
 
Lançou recentemente uma nova marca. É essa a pegada que quer deixar para o futuro?
Sem dúvida que a marca tríbío.eco lançada recentemente no mercado e direcionada a grandes lojas e grandes grupos tem como objetivo afirmar-se como um conceito ligado à moda minimalista e mantendo no seu ADN, a não utilização de plástico, de metal e de químicos sintéticos. A Tríbío é uma marca compostável, o que contribui para a conservação do nosso tão querido planeta.

Esperamos quatro anos até estarmos completamente preparados e conscientes do que queríamos fazer, não esquecendo que durante este período conseguimos também lançar a lusquinos.com como uma marca bio orgânica, sustentável e destinada a lojas e grupos individuais.
 
O que tem a indústria portuguesa de calçado para oferecer nos mercados externos?
Uma grande dedicação e paixão em produzir calçado de grande qualidade, design e com a etiqueta de que muito nos orgulhamos “made in portugal”. Fazer chegar calçado português a todo o mundo é um motivo de orgulho.


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