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Economia mundial trava a fundo

Economia mundial trava a fundo

2 Nov, 2022

Perspetivas de crescimento da economia revistas em baixa


O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou ligeiramente as perspetivas de crescimento da economia portuguesa deste ano para 6,2%, mas cortou a fundo as do próximo ano. Preocupantes são as previsões de crescimento do produto mundial para 2022: apenas 2,7% de crescimento previsto, que compara com o crescimento de 3,2% em 2002 e de 6% em 2023.

As economias avançadas como um todo, registaram um crescimento na ordens dos 1,1%, de acordo com o Fundo Monetário Internacional. Ma zona euro, o desempenho será ainda mais frustrante: 0,5%

A instituição assinala, mesmo, que a desaceleração do crescimento nos países da moeda única é menos pronunciada do que nos Estados Unidos em 2022, mas deverá aprofundar-se em 2023 Ainda assim, destaca que a média para a zona euro "esconde heterogeneidade entre os países", apontando como exemplo que em Itália e Espanha se regista uma recuperação nos serviços relacionados com o turismo e a produção industrial no primeiro semestre de 2022 contribuindo para o crescimento projetado de 3,2% e 4,3%, respetivamente, em 2022.

Em termos práticas, entre os principais mercados de destino das exportações portuguesas der calçado, os desempenhos serão muito modestos. A Alemanha, que de cordo com o Deuch Banc entrou já em recessão, deverá registar um desempenho negativo (de 0,3%). O mesmo acontecerá em Itália, tecnicamente já em recessão.

Em França, o crescimento rondará os 0,7%. Já nos EUA, 1% será o cenário mais plausível. Também no Reino Unido aumentam as «dores de cabeça» (mais 0,3%),

O FMI explica que o crescimento mais fraco na zona euro reflete os efeitos da guerra na Ucrânia, nomeadamente nas economias mais expostas aos cortes do gás russo, mas também o impacto das alterações de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), com os aumentos das taxas de juro.

"A invasão da Ucrânia pela Rússia continua a desestabilizar a economia global. Além da escalada e destruição sem sentido de vidas e meios de subsistência, levou a uma grave crise energética na Europa que está a aumentar drasticamente os custos de vida e a dificultar a atividade económica", salientou.

O FMI assinala que os preços do gás na Europa aumentaram mais de quatro vezes desde 2021, com a Rússia a cortar entregas para menos de 20% dos níveis de 2021, aumentando a perspetiva de escassez de energia no próximo inverno e além disso.
Sublinha ainda que o conflito também fez subir os preços dos alimentos nos mercados mundiais, apesar da recente flexibilização após o acordo de cereais do Mar Negro, provocando dificuldades para famílias menores rendimentos a nível global.
O FMI manteve a projeção de crescimento do PIB mundial deste ano em 3,2%, mas cortou em 0,2 pontos percentuais (pp.) a de 2023 para 2,7%. Estima que mais de um terço da economia global irá contrair este ano ou no próximo, enquanto as três maiores economias - Estados Unidos, União Europeia e China - continuarão a estagnar.

"O pior ainda está por vir, e para muitas pessoas 2023 vai parecer uma recessão", avisa Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe da instituição, no relatório. O FMI alerta que o mundo enfrenta um período volátil, quer económica, geopolítica e ambientalmente, com impacto para as perspetivas globais, destacando nomeadamente as consequências da guerra na Ucrânia.
"As previsões são mais fracas do que o esperado para 143 economias para 2023. A previsão para 2023 é a mais fraca desde a taxa de crescimento de 2,5%, observada durante a desaceleração global de 2001 -- com exceção daquelas durante as crises financeiras e de Covid-19", refere.

A desaceleração do crescimento também se irá sentir nos Estados Unidos, tendo a organização de Bretton Woods revisto em baixa de 0,7 pp. a previsão para este, para 1,6%, estimando uma expansão no próximo ano de 1%.
Já para a China antecipa um crescimento do PIB de 3,2% este ano e de 4,4% em 2023, menos 0,1 pp. e menos 0,2 pp., respetivamente, do que anteriormente.

Apesar do cenário, o FMI assinala que "um declínio no PIB global ou no PIB global per capita - o que muitas vezes acontece quando há uma recessão - não está atualmente na previsão de linha de base".

No entanto, admite que uma recessão técnica (pelo menos dois trimestres consecutivos com uma contração do PIB real) em algum momento durante 2022-23 em cerca de 43% das economias com previsões de dados trimestrais (31 de 72 economias), representando mais de um terço PIB mundial.

O FMI dá nota de que os riscos descendentes para as perspetivas permanecem elevados, considerando que "o risco de erro de calibração da política monetária, orçamental ou financeira aumentou acentuadamente num momento em que a economia mundial permanece historicamente frágil e os mercados financeiros estão a mostrar sinais de stress".

FMI vê inflação da zona euro a subir para 8,3% em 2022 antes de cair para 5,7% em 2023

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a taxa de inflação na zona euro atinja 8,3% este ano, caindo para 5,7% no próximo. A nível mundial, a instituição prevê que a inflação atinja o pico em finais de 2022, mas continue elevada durante mais tempo do que o esperado. Assim, estima uma subida da inflação média de 4,7% em 2021 para 8,8% em 2022, caindo para 6,5% em 2023 e para 4,1% em 2024.

No entanto, assinala que existem vários fatores que podem atrasar a moderação da inflação, como novos choques nos preços da energia e dos alimentos, realçando que estes irão continuar a ser particularmente sensíveis ao decorrer da guerra na Ucrânia.

Calçado “precisa de reagir”

“As notícias não são animadoras”, considera Luís Onofre. O Presidente da APICCAPS recorda que “a indústria portuguesa de calçado exporta mais de 95% da sua produção”.

“Se é verdade que atualmente as nossas empresas enfrentam um boom de encomendas, e com as exportações a registarem temos de perceber que se aproximam momentos difíceis, que exigirão uma maior capacidade de atuação nos mercados internacionais”, alertou. “Vamos ter de reagir desde já, para que não estejamos a lamentar daqui a alguns meses  a escassez de encomendas”.

O Presidente da APICCAPS sublinhou que as empresas têm à sua disposição vários instrumentos de apoios. “O Governo já anunciou um novo pacote de apoio à internacionalização. Temos de o saber aproveitar”. No âmbito desse novo concurso estarão disponíveis desde apoios à participação em eventos no exterior, nem com ações variadas em matéria de valorização da oferta”.


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