«“A China está parada”. “As fabricas chinesas estão condicionadas por via da pandemia”. “A pandemia é uma oportunidade para as empresas europeias de calçado”. Todas estas frases são ditas e repetidas até à exaustão nos últimos meses. Todas, porém, enfermam do mesmo problema: não têm ligação à realidade.

De janeiro a maio, as exportações chinesas (todos os produtos) aumentaram 13,3%. No setor têxtil e de vestuário cresceram 15,8%. Já no calçado, esse acréscimo é de 29,7%.

No período entre janeiro e março, a economia chinesa cresceu 4,8%, em termos homólogos, de acordo com o Gabinete Nacional de Estatística (GNE). Já no segundo trimestre o desempenho é mais modesto: crescimento homólogo de 0,4%, ilustrando o impacto das medidas de prevenção contra a covid-19.

A China perfila-se como o maior produtor, e exportador mundial de calçado. Ainda que tenha vindo a perder, no passado recente, alguma relevância face a outros players asiáticos como Índia ou Vietname, em 20220, de acordo com o World Footwear Yearbook, produziu 11 118 milhões de pares de calçado, assegurando assim 54,3% da produção mundial. A China exporta 7402 milhões de pares de calçado, a  um preço médio de 4,79 dólares, especialmente para EUA (1 100 milhões depares), Japão (396 milhões de pares) e Filipinas (448 milhões de pares).

Ao contrario do que se fazia supor, em 2020 a industria chinesa de calçado está bastante Activa nos mercados internacionais.