Termina hoje a Semana da Responsabilidade Ambiental. No primeiro dia, João Matos Fernandes abriu o evento digital (uma organização conjunta entre a APICCAPS e o CTCP) e anunciou projetos na área da moda.

“A pensar perspetiva da eficiência e dos novos materiais, há 150 milhões de euros previstos no Plano de Recuperação e Resiliência para lançar três grandes projetos de bio economia em três setores-chave da economia portuguesa, como é o caso do calçado”.

“Lancei, no passado recente, um desafio ao CTCP e a APICCAPS para construir um projeto na área da bio economia. Estou muito grato pelo trabalho desenvolvido desde aí”, disse o Ministro do Ambiente e da Transição Energética na abertura da Semana da Responsabilidade Ambiental. “Temos, aqui, uma oportunidade única para o setor da moda”.

João Matos Fernandes garantiu, ainda, que não era altura “para falar de produtos de nicho. Temos de construir os produtos com altocnível de consumo, como é o caso do calçado e do têxtil. A moda sustentável está a conquistar novos adeptos e temos de ter consciência disso e construir um mercado”.

“Para uma marca ter distinção ambiental não basta ter certificação de um dos componentes da peça, ou de alguns dos processos. Tem de ter uma perspetiva completa”, afirmou Matos Fernandes.

“Temos mesmo de adoptar uma ambição de poluição zero e, para isso, temos de mobilizar a indústria”.
“Tendo em conta o volume de negócios, dimensão do emprego e o peso das exportações, o setor do calçado portou-se melhor do que outros setores, seja na procura de novos produtos, de novos mercados, seja na forma como combateu o anúncio de uma morte anunciada preconizada há uns anos fruto da globalização. De facto, hoje o calçado português é reconhecido no mundo fora”. O responsável pela pasta do ambiente garante que o setor do calçado “merece um reconhecimento pelo trabalho que fez na área da sustentabilidade”.

O Ministro defendeu ainda que a eficiência hídrica, a eficiência energética e a eficiência material são três áreas importantes a ter em conta. “Adaptação é a palavra chave do acordo de Paris. Sabemos a agua é essencial para a nossa espécie e para todas as espécies animais. E neste aspeto, o setor pode trilhar caminhos robustos e cada vez maior eficiência”. Por outro lado, a “eficiência material é essencial quando se fala de indústria, pensada ao longo de toda a cadeira de valor, desde o desenho ao prolongamento do tempo de vida do produto”.