Absentismo da indústria dispara

É a consequência natural do reforço de medidas de confinamento decretadas pelo Governo e, em especial, da suspensão do ensino presencial. O absentismo na indústria de calçado voltou a disparar e atualmente mais de 6 000 pessoas estão impedidas de exercer as suas atividades profissionais.
 
Esta é uma das principais conclusões do Inquérito COVID à Fileira do calçado promovido pela APICCAPS nos primeiros dias de fevereiro e que acolheu respostas de 77 empresas responsáveis por 14,4% do emprego e 18,2% das exportações do sector.
 
O nº de pessoas ausentes do serviço por razões relacionadas com o COVID dispara agora para 14% (que compara com 2,6% em setembro passado). Essa é mesma a principal dificuldade revelada pelas empresas (35%), superando inclusive a insuficiência de encomendas.
 
Os trabalhadores estão ausentes maioritariamente por razões de  quarentena (42% das ausências) ou por assistência à família (31%). A assistência à família ganhou terreno nas últimas semanas, passando de 17% (em dezembro) para 31% (em janeiro).
 
 A indústria de calçado, que exporta mais de 95% da sua produção, para 163 países, nos cinco continentes, está igualmente dependente da evolução dos mercados internacionais. Em resultado, estima-se que o setor esteja, agora, a utilizar apenas 73% da capacidade produtiva normal (que compara com 75% de janeiro passado).


 Apesar de alguma recuperação nas últimas semanas, uma parte significativa das empresas (47%) prevê ainda que ao longo de 2021 possa ter de recorrer a alguns dos apoios disponibilizados pelo Governo para suspender a produção por um período superior a um mês.