Calçado português perdeu multinacionais, mas cresceu mais de 30% e bateu recordes
Passam 30 anos desde a publicação do famoso estudo “The Global Competitiviness Report”, da autoria de Michael Porter. Em 1994, Michael Porter sugeria que Portugal não procurasse a excelência tentando competir usando as mesmas vias que foram bem sucedidas no século XX, porque “já perdeu esse século”, nem repetindo o sucesso de outros.
Ao invés, deveria descobrir e apostar naquilo que possui de “especial e de diferenciado”, sendo para tal necessário “um modelo de competitividade que assente numa perspetiva micro”.
Três décadas depois, a herança de Porter continua a primar pela atualidade. O setor de calçado em particular perdeu as multinacionais nesse período, que representavam 1/3 da indústria, mas cresceu mais de 30% e ultrapassou menos Espanha na produção de calçado. Atualmente exporta mais de 90% da sua produção para 173 países, nos cinco continentes, e detém o 2º maior preço médio de exportação entre os principais produtores mundiais.
Um dos principais desafios identificados por Porter em 1994 passava “por quebrar a dependência do baixo custo de fatores como a mão-de-obra e as matérias-primas e concentrar-se em mecanismos para criar fatores especializados”, até porque “a taxa de analfabetismo em Portugal é uma das mais altas da Europa”, o nível de educação “contribui para um fraco desempenho generalizado dos recursos humanos nas empresas portuguesa”, enquanto que “as universidades têm boas capacidades de pesquisa, mas os objetivos do seu trabalho são inadequados para as empresas”.
Três décadas depois, a herança de Porter continua a primar pela atualidade. O setor de calçado em particular perdeu as multinacionais nesse período, que representavam 1/3 da indústria, mas cresceu mais de 30% e ultrapassou menos Espanha na produção de calçado. Atualmente exporta mais de 90% da sua produção para 173 países, nos cinco continentes, e detém o 2º maior preço médio de exportação entre os principais produtores mundiais.
Um dos principais desafios identificados por Porter em 1994 passava “por quebrar a dependência do baixo custo de fatores como a mão-de-obra e as matérias-primas e concentrar-se em mecanismos para criar fatores especializados”, até porque “a taxa de analfabetismo em Portugal é uma das mais altas da Europa”, o nível de educação “contribui para um fraco desempenho generalizado dos recursos humanos nas empresas portuguesa”, enquanto que “as universidades têm boas capacidades de pesquisa, mas os objetivos do seu trabalho são inadequados para as empresas”.
Porter identificou, simultaneamente, uma “flexibilidade insuficiente do mercado de trabalho” e “despesas relativamente baixas em I&D (Investigação e Desenvolvimento)”. O modelo de Porter sugeria, na circunstância, uma aposta em clusters como o calçado, a indústria têxtil ou do madeira e mobiliário.
O tempo haveria de lhe dar razão.