Calçado português perdeu multinacionais, mas cresceu mais de 30% e bateu recordes
Três décadas depois, a herança de Porter continua a primar pela atualidade. O setor de calçado em particular perdeu as multinacionais nesse período, que representavam 1/3 da indústria, mas cresceu mais de 30% e ultrapassou menos Espanha na produção de calçado. Atualmente exporta mais de 90% da sua produção para 173 países, nos cinco continentes, e detém o 2º maior preço médio de exportação entre os principais produtores mundiais.
Um dos principais desafios identificados por Porter em 1994 passava “por quebrar a dependência do baixo custo de fatores como a mão-de-obra e as matérias-primas e concentrar-se em mecanismos para criar fatores especializados”, até porque “a taxa de analfabetismo em Portugal é uma das mais altas da Europa”, o nível de educação “contribui para um fraco desempenho generalizado dos recursos humanos nas empresas portuguesa”, enquanto que “as universidades têm boas capacidades de pesquisa, mas os objetivos do seu trabalho são inadequados para as empresas”.