Está finalmente fechado o acordo entre a UE e o Mercosul
Está finalmente fechado o acordo entre a UE e o Mercosul. Eliminação de tarifas aduaneiras e troca de grandes volumes de produtos e serviços entre dois dos maiores blocos económicos mundiais deverão serão uma realidade depois de várias décadas de negociações.
Esta era uma reivindicação antiga dos operadores económicos dos dois lados do Atlântico. Ainda recentemente, 78 associações empresariais, representando uma ampla gama de indústrias da União Europeia (UE) e do Mercosul, haviam assinado uma declaração conjunta aos seus governos para que acelerassem as negociações.
A declaração-conjunta destacava “a importância estratégica de reforçar os laços comerciais, fomentar investimentos e promover o desenvolvimento sustentável por meio deste acordo histórico”. Entre os signatários da declaração, destacam-se, nos setores de calçado e do couro, a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), a Abrameq (Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os setores de couro, calçados e afins), ou a APICCAS, representada pela CEC (Confederação Europeia do Calçado).
Dirigida aos presidentes do Parlamento Europeu, do Conselho Europeu, da Comissão Europeia e à Presidência Húngara do Conselho, compartilhada com a Presidência do Mercosul, os signatários recordavam que, em 2022, “mais de 159 mil milhões de euros em bens e serviços foram trocados entre a UE e o Mercosul, com investimentos mútuos que se aproximam de 380 mil milhões de euros”, representando milhões de empregos nos dois os continentes. As associações sublinham a importância do acordo UE-Mercosul, enfatizando que “poderá ajudar a mitigar os desafios decorrentes da instabilidade geopolítica e das interrupções nas cadeias de abastecimento”.
A declaração conjunta apontava, ainda, que o acordo representa uma oportunidade única para fortalecer as relações entre a UE e o Mercosul, destacando em primeiro lugar “o acesso a mercados e crescimento, através da eliminação de barreiras comerciais permitiria maior acesso aos mercados, facilitando um fluxo constante de bens e serviços”. A outro nível, reivindicam “estabilidade da cadeia de suprimentos”, através do “fortalecimento das relações comerciais, garantindo acesso seguro a recursos essenciais”. Adicionalmente, importa assegurar uma “cooperação aprimorada, impulsionando o desenvolvimento sustentável, os direitos dos trabalhadores e padrões ambientais comuns às duas regiões”.