Entrevista a Pedro Cilínio, Secretário de Estado da Economia
Foi recentemente nomeado Secretário de Estado da Economia. Em fevereiro, visitou a comitiva portuguesa na MICAM e na Lineapelle.
O novo Quadro comunitário de Apoio, a importância das feiras internacionais e o crescimento da economia foram alguns dos temas conversados com Pedro Cilínio, numa entrevista exclusiva ao Jornal da APICCAPS.
Visitou pela primeira vez a MICAM e a Lineapelle. Com que sentimento é que fica desta comitiva nacional aqui presente?
A impressão que levo daqui é a confirmação dos fatores que tornam a nossa indústria diferenciada a nível internacional. A qualidade dos produtos, dos acabamentos, a inclusão da sustentabilidade como fator de diferenciação das nossas empresas, das nossas marcas, são os principais fatores que levo desta feira.
No seu entendimento, qual é que a importância das feiras internacionais nos setores exportadores, neste caso específico, para o calçado?
As feiras internacionais permitem colocar as empresas em contacto com potenciais clientes e, também, reforçar a ligação com os clientes que já têm. Elas devem ser vistas como um canal, sem que as empresas descurem todos os outros que agora existem, nomeadamente, a utilização dos canais digitais - que permitem que as empresas possam estar próximas dos clientes além do período das feiras.
As feiras internacionais permitem colocar as empresas em contacto com potenciais clientes e, também, reforçar a ligação com os clientes que já têm. Elas devem ser vistas como um canal, sem que as empresas descurem todos os outros que agora existem, nomeadamente, a utilização dos canais digitais - que permitem que as empresas possam estar próximas dos clientes além do período das feiras.
No entanto, a retoma do contacto pessoal é um fator muito importante e um aspeto importante que levo, daqui, desta feira: é o sentimento de que estamos a entrar numa normalidade nos negócios, partindo do sentimento que as empresas têm dos contactos que estão a ter com clientes, quer com aqueles que têm, quer com novos clientes que aparecem à procura de produtos.
O que podemos esperar do próximo Quadro Comunitário de Apoio?
Nós temos um quadro comunitário de apoio que vai continuar a apostar nos fatores que têm vindo a tornar as nossas empresas diferenciadas a nível internacional: aspetos como inovação, agora muito focada na questão da sustentabilidade, da automatização, são extremamente importantes. Aliás, são fatores que o próprio setor do calçado tem identificado como fatores de aposta para o desenvolvimento no futuro, e serão, cada vez mais, fatores de afirmação das empresas portuguesas nos mercados internacionais e nas cadeias de valor. E, por essa razão, os apoios irão estar também alinhados e serão, também, disponibilizados para que as empresas continuem a fazer esse esforço de investimento.
Nós temos um quadro comunitário de apoio que vai continuar a apostar nos fatores que têm vindo a tornar as nossas empresas diferenciadas a nível internacional: aspetos como inovação, agora muito focada na questão da sustentabilidade, da automatização, são extremamente importantes. Aliás, são fatores que o próprio setor do calçado tem identificado como fatores de aposta para o desenvolvimento no futuro, e serão, cada vez mais, fatores de afirmação das empresas portuguesas nos mercados internacionais e nas cadeias de valor. E, por essa razão, os apoios irão estar também alinhados e serão, também, disponibilizados para que as empresas continuem a fazer esse esforço de investimento.
"As feiras internacionais permitem colocar as empresas em contacto
com potenciais clientes e, também, reforçar a ligação com os clientes que já têm"
As exportações atualmente significam mais de 50% do PIB nacional, mas ainda estão num registo, podemos dizer, ligeiramente baixo, para um país que tem as características de Portugal. De que forma é que será possível, num futuro próximo, alavancar a capacidade exportadora de Portugal?
Nós temos, claramente, que aumentar as exportações, acrescentando valor aos nossos produtos, até porque o acréscimo de exportações tem de estar associado a todos os outros fatores que podem tornar a nossa economia mais robusta e mais recompensadora, também, para os nossos cidadãos, como o aumento dos salários, o aumento do valor retido dentro de Portugal, a capacidade de retenção do talento humano que precisamos ter. Obviamente, se estivermos em mercados cada vez mais evoluídos, com produtos cada vez mais inovadores e com maior valor acrescentado, estamos, também dessa forma, a aumentar o valor retido das exportações e a potenciar o aumento das exportações. É pelo acréscimo de valor que devemos continuar, também, a fazer essa aposta para, obviamente, continuarmos para além dos 50% - é uma marca importante, mas não é o nosso ponto de chegada, certamente.
Nós temos, claramente, que aumentar as exportações, acrescentando valor aos nossos produtos, até porque o acréscimo de exportações tem de estar associado a todos os outros fatores que podem tornar a nossa economia mais robusta e mais recompensadora, também, para os nossos cidadãos, como o aumento dos salários, o aumento do valor retido dentro de Portugal, a capacidade de retenção do talento humano que precisamos ter. Obviamente, se estivermos em mercados cada vez mais evoluídos, com produtos cada vez mais inovadores e com maior valor acrescentado, estamos, também dessa forma, a aumentar o valor retido das exportações e a potenciar o aumento das exportações. É pelo acréscimo de valor que devemos continuar, também, a fazer essa aposta para, obviamente, continuarmos para além dos 50% - é uma marca importante, mas não é o nosso ponto de chegada, certamente.