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Bolflex duplica capacidade de reciclagem

Bolflex duplica capacidade de reciclagem

11 Jan, 2022

Empresa reciclou 1.200 toneladas de matéria-prima


Apenas quatro máquinas de compressão de borracha, seis funcionários e uma produção de 1.000 pares por dia. Esta era a história de António Ferreira, quando há exatamente 30 anos criou a Bolfex. Hoje, a empresa tem uma capacidade de produção de 25 mil pares por dia, tendo diversificado o seu mix de produtos, que vão desde a borracha aos produtos em EVA/B-light. É, no entanto, a capacidade de reciclagem que torna a Bolflex uma empresa única.

Com efeito, em 2021, a Rubberlink reciclou 1.200 toneladas de desperdícios industriais, sapatos, pneus, incluindo a totalidade dos desperdícios gerados pela Bolflex bem como resíduos gerados por outros concorrentes, valorizando e transformando tudo em nova matéria-prima, sobretudo para a indústria do calçado, mas também para outras indústrias tais como têxtil, automóvel e de construção. Houve uma duplicação face ao ano anterior, a nível de quantidade valorizada, sendo contam atualmente com uma capacidade produtiva de 5.000 toneladas por ano.

Contando atualmente com 170 colaboradores, a Bolflex tornou-se uma referência internacional na produção de componentes para a indústria de calçado. Mas isto não são factos isolados. Desde sempre, houve uma preocupação de António Ferreira com o tema da Sustentabilidade, sabendo que algo teria de ser feito para minimizar as excessivas toneladas de desperdício enviadas para aterro.  

Na altura, tratava-se de enterrar uma potencial futura matéria-prima, poluir os solos e comprar nova matéria-prima, num ciclo que parecia infindável, até esgotar recursos e deixar de haver solos para aterro. A necessidade de fazer algo era crítica e a urgência por resolver um grave problema que a maior parte das indústrias transformadoras ainda hoje tem em mãos.

A reciclagem, o upcycle, o tratamento de resíduos e a sustentabilidade tornaram-se numa das premissas, senão a mais importante, da empresa. Foi assim que surgiu a Rubberlink, uma empresa de reciclagem, transformação e valorização de resíduos, pertença do Grupo Bolflex com valências e capacidades únicas a nível Europeu e Mundial. Na sequência, a Bolflex, contando com o backup da Rubberlink é pioneira na reutilização de desperdícios e implementação da economia circular dentro e fora de portas.
“É uma mais-valia económica”, diz António Ferreira. “A aposta do Grupo Bolflex na reciclagem é, não só para manter, como para reforçar. Ainda que voltássemos a duplicar a nossa capacidade de reciclar resíduos para transformá-los em nova matéria-prima, e em face ao que vemos nas indústrias circundantes, podemos considerar que existe uma margem de crescimento exponencial”.

“Quando reciclamos, promovemos a economia circular, e desenvolvemos um produto economicamente valioso e com uma excelente performance. Os produtos finais (reciclados) mantêm as mesmas características físicas, mecânicas e químicas do material virgem”. O responsável pelo Grupo Bolflex garante que, apesar de todas as toneladas recicladas, ainda há muito para fazer. “Tenho dificuldade em perceber como ainda são desperdiçadas tantas toneladas de futura matéria-prima e como ainda podemos estar a desperdiçar recursos à toa”, diz António Ferreira.

Parte do processo de reeducação do mercado tem vindo a ser feito pela introdução de produtos reciclados, sendo que o Grupo Bolflex tem já uma vasta gama de produtos com estes materiais e matérias-primas.

A S360 Rubber, por exemplo, é uma matéria-prima aplicada às solas e placas de borracha, que contém até 20% de sapatos velhos reciclados (inteiros e numa só peça, sem desmantelar), incluídos na sua formulação original. Neste processo, os sapatos usados, velhos ou inutilizados são utilizados como parte da matéria–prima integrante do componente final. São inicialmente granulados, micronizados, em grandes máquinas e com um processo muito particular, Na fase seguinte procede-se à desvulcanização do granulado e à posterior transformação em grandes folhas de um material escuro tipo látex. Todo o processo é patenteado.

Como explicado, até 20% desse novo material em folha será adicionado a uma nova formulação de borracha, obtendo assim um produtor inovador, ecológico, sustentável e com todas as garantias físicas e químicas, cumprindo com últimas Normas e Certificações.

“Esta inovação em desvulcanização de sapatos para fazer novos produtos - tais como novas solas, placas de borracha R-Skin tipo pele e ainda plantares e palmilhas - está já patenteada pela Bolflex e é algo à frente do seu tempo” afirma António Ferreira.

Uma lição de sustentabilidade

Uma lição de sustentabilidade. Foi o que a Bolflex fez com o seu desfile na Alfândega do Porto, no âmbito do Portugal Fashion. Corria o mês de outubro, do ano de 2019. “Apesar da borracha ser a nossa especialidade, com o tempo, fomos descobrindo que era possível também reaproveitar os polímeros e os desperdícios. Chegamos a desaproveitar, só na nossa empresa, cerca de 150 toneladas de futura matéria-prima termoplástica. Depois de muita pesquisa e investimento, descobrimos que era possível reaproveitar rapidamente também esses desperdícios e incorporá-los de novo no processo de fabrico”, diz António Ferreira.

O reprocessamento dos polímeros e desperdícios advenientes da produção de termoplásticos é , hoje em dia, feito in-time na Bolflex. Nesse desfile, a Bolflex apresentou alguns modelos de sapatos, em parceria com o criador Luís Onofre, onde coordenava e misturava os vários materiais, borracha, termoplásticos, materiais naturais, entre outros, apontando que o futuro seria nesse sentido.


A Sustentabilidade

Mas a empresa não fica por aqui. Outra das estratégias da empresa é a optimizaçao do uso de borracha na produção de solas. Por esse motivo, foi desenvolvida uma borracha produzida com até 70% de matéria-prima reciclada. A E-rubber. Esta formulação Eco-rubber pode ser aplicada a qualquer sola e placa R-Skin, sempre com base de borracha. Na génese destes produtos está o reaproveitamento dos desperdícios de borracha provenientes da produção de solas (upcycle) e ainda a reciclagem de borracha utilizada em solas usadas.

A Bolflex é um caso único no mercado, uma vez que também produz os seus próprios moldes.
Neste conceito de economia circular que a empresa tem implementado, o alumínio, o gesso, o silicone e outras matérias-primas usadas em fundição, são reaproveitadas para a produção de novos moldes. Implementou na sua serralharia e Fundição um método de reaproveitamento de todas as matérias-primas e desperdícios gerados pela actividade de modo a ser 99% eficiente em termos de sustentabilidade. Mote implementado na Serralharia, mas também em toda a restante estrutura, já que a também exemplar instalação de painéis solares geradores de energia e a consequente certificação de Eficiência Energética atestam isso.

O fair-trade e Sustentabilidade também estão presentes na área Financeira com a atribuição da Certificação Green. A sustentabilidade só pode estar completa se o ambiente de trabalho e as condições dadas aos colaboradores forem as melhores. Nessa vertente a Bolflex tenta diariamente assegurar e cumprir as suas obrigações e ir ainda mais adiante.

Segundo António Ferreira, “todos estes processos criam uma economia circular dentro de portas, capaz de reduzir custos e direccionar a empresa e os diferentes stakeholdes para um futuro mais ecológico, sustentável e amigo do ambiente”.

O Grupo Bolflex, contando com outras certificações tais como o RCS/GRS, está certificado nos seus mais diversos produtos como sendo uma marca vegan, pela organização dos direitos dos animais "People for the Ethical Treatment of Animals" (PETA).

Em 2021, o grupo chegou aos 12,5 milhões de Euros de facturação em 2021, o que representa cerca de 20% de crescimento. A aposta para 2022 é ainda maior, tendo sido feito um investimento em novas máquinas de produção de solas bem como em outras tecnologias que serão de grande impacto e novidade no mercado, quando do seu lançamento.


My Cute Pooch avança com chinelos sustentáveis

Com a senda da reciclagem e a vontade de surpreender o mercado nasceu, em 2019, a My Cute Pooch. Empresa parte do Grupo Bolflex, mantendo-se na esfera e visão desse, tendo em mente premissas similares - “Ser reciclado, ser vegan e permitir a personalização” – assim conduz o projecto desde o início, Mara Ferreira. Estes parecem ser os atributos que mais chamam a atenção dos clientes. Itália, Roménia e Bulgária são alguns dos países para onde a empresa começa agora a exportar, depois da investida nas feiras internacionais, que começou na passada temporada e a sedimentação no mercado Português e Espanhol.

Além da linha Preciosa, uma linha de malas Pooch com peças de joalharia banhadas a ouro, a marca apresentou recentemente uma linha de chinelos/sliders sustentáveis, produzidos no mesmo material das malas e que prometem revolucionar o mercado.

Criada com base no conceito “always by your side”, a My Cute Pooch é uma mala prática, de pequenas dimensões e personalizável de forma a adaptar-se a diferentes gostos e ocasiões.  A sustentabilidade e o respeito pelos animais são duas das grandes linhas orientadoras da My Cute Pooch. Todos os seus produtos são livres de componentes de origem animal, o que valeu à marca a certificação com o selo PETA approved – Vegan. Cada coleção é desenvolvida com materiais que se destacam pela sua qualidade e capacidade de inovação.



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