Ano de 2024 exigente para a indústria italiana de calçado
Nos mercados externos, a indústria italiana manteve uma performance assinalável. Não estando apurados os resultados da totalidade do ano, os dados preliminares apontam para um crescimento das exportações, muito por via da estratégia delineada de subcontratar partes ou totalidade da produção no exterior para posterior reexportação. Os dados elaborados pelo Centro de Estudos da Confindustria Moda para a Assocalzaturifici não são finais, mas ainda assim, revelam que o calçado italiano está muito dependente do exterior, importando mais de 300 milhões de pares, nomeadamente de China (mais de 120 milhões).
"O ano que encerrou foi agridoce. Depois de um desempenho brilhante no primeiro trimestre com um crescimento de dois dígitos, assistimos a uma desaceleração progressiva”, recorda Giovanna Ceolini. Para a presidente da Assocalzaturifici, associação italiana de calçado, “2024 dá sinais preocupantes, pelo menos durante o primeiro semestre”.
No domínio das exportações, o primeiro mercado de destino do calçado italiano é a França, a sede de grandes marcas e grupos de luxo. As exportações para França cresceram 17,3% em valor e 1,1% em quantidade.
Os EUA e a Alemanha são, igualmente, dois mercados fundamentais, mas que colapsaram drasticamente durante o segundo semestre de 2023: menos 25% em volume a partir de julho. Já a China e os Emirados tiveram um bom desempenho, com a Rússia a recuperar (+36,8% em valor), juntamente com a Ucrânia (+79%). O crescimento não foi, ainda assim, suficiente para trazê-los de volta aos níveis anteriores (de 2021).