Arranca esta semana o evento promocional em Seoul
De acordo com a Universidade Católica “mercados em crescimento oferecem melhores perspetivas de sucesso comercial”. A Católica admite que “o mercado potencial do calçado português é constituído pelos consumidores que têm um rendimento igual ou superior à média do PIB per capita dos países da OCDE em 2020, ou seja, cerca de 38 500 dólares”.
No último ano, Portugal exportou 84 mil pares de calçado, no valor de 5.6 milhões de euros para o país asiático. Já de acordo com World Footwear Yearbook, em 2022, a Coreia do Sul importou 251 milhões de pares de calçado, em especial de China (quota de mercado de 71‰), Vietname (17‰) e Indonésia (7‰).
Com uma população de 52 milhões de pessoas, com um PIB per capita de 32 250 dólares (que compara com os 24 522 dólares de Portugal), a Coreia do Sul “merecerá uma avaliação mais atenta dos empresários portugueses”, de acordo com o Gabinete de Estudos da APICCAPS.
O fenómeno coreano
A Coreia do Sul despontou internacionalmente no universo da moda, beleza, cultura pop, muito especialmente junto das populações mais jovens.
O fenómeno coreano não é recente. No início do século, chegou a ser apelidado na China de Hallyu ou febre coreana. O cinema e as séries televisivas, o cinema e mesmo a música sul-coreana têm hoje adeptos em todo o mundo.
De acordo com Osvaldo Alencar Billig e Amanda Paiva da Silva no estudo “A expansão do hallyu: o uso da diplomacia cultural e seus impactos na economia sul-coreana”, este fenómeno “teve início nos anos 90 e começou a expandir-se nos anos 2000”, tendo como objetivo “melhorar a imagem da Coreia do Sul no exterior e, consequentemente, sua economia indiretamente e diretamente”.
O Governo de Seul privilegiou “a diplomacia cultural para criar uma marca da nação e mudar drasticamente a imagem do pai?s no exterior”, investindo por isso de forma muito particular no setor cultural. Importa recordar que a Coreia do Sul passou grande parte do século XX em regimes militares autoritários e só se democratizou em 1988. O país asiático é um bom exemplo internacional de smart power, combinando o poder político ao potencial económico. Gigantes coreanas como a Hyunday, Kia, LG e, principalmente, Samsung são exemplos disso.
O streetwear, quase omnipresente na moda da geração Z, também ganha público cativo na moda coreana. De acordo com a Business of Fashion, “o mercado sul-coreano prefere marcas locais, mas as marcas europeias vislumbram no país uma imensidão de oportunidades”. A Seoul Fashion Week cresce a cada edição e já é vista como uma das grandes semanas de moda fora do circuito principal de moda.