Resultados do Inquérito de Conjuntura. Oitenta e seis por cento das empresas portuguesas de calçado têm, por esta altura, encomendas para, pelo menos um mês de trabalho.
Ainda que seja prematura apontar para uma recuperação efetiva do setor, tanto mais que dados do World Footwear apontam para que a retoma do consumo a nível mundial se efetive apenas em 2023, o resultado do tradicional inquérito da APICCAPS, ao qual responderem 99 empresas, responsáveis por sete mil postos de trabalho e um volume de negócios próximo dos 600 milhões de euros, são os mais animadores desde o início da pandemia.
“Todas as análises são ainda prematuras, na medida em que permanecemos dependentes da evolução da pandemia e mesmo do processo de vacinação, mas todos os sinais indicam que as empresa portuguesas de calçado têm conseguidos resistir e começam a revelar os primeiros sinais de confiança”, destaca Luís Onofre. Para o Presidente da APICCAPS, “importa agora consolidar os resultados e esperar que as boas expectativas relativas a alguns mercados, como por exemplo os Estados Unidos, se possam efetivar”.
Surpreendente é o facto de 46% das empresas entender que a produção atual é superior (17%) ou idêntica (29%) para a época do ano. Por esta altura, 2% das empresas permanece encerrado, fazendo recurso dos apoios disponibilizados pelo Estado.
Nos próximos seis meses, 81% das empresas não equaciona suspender, ainda que provisoriamente a produção. Número idêntico, 82%, entende que não será necessário fazer alterações ao nível do quadro de pessoal. Ainda assim, primeira vez desde o inicio da pandemia, há mais empresas a equacionar novas contratações (10%) do que aquelas que entendem ser necessário reduzir o quadro de pessoal (9%).
A redução das encomendas (63% das respostas) permanece com a maior preocupação, seguida agora, 44%, pela dificuldade de abastecimento de matérias-primas. O lay-off simplificado, outrora uma medida de gestão de excelência para as empresas, apenas está a ser implementada por 7% das empresas, sendo que 82% das empresas não antevê a sua utilização no próximo semestre. Já 64% das empresas não antevê, para o próximo semestre o recurso “Mecanismo da Retoma Progressiva” nem à “Adaptabilidade de horário de trabalho” (60%).