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Calçado português em força em Milão

Calçado português em força em Milão

27 Fev, 2025

O calçado português reforçou a presença na maior feira de calçado do mundo, com a presença de 43 expositores (mais 10% face à edição passada) na MICAM & MIPEL, que decorreu entre 23 e 25 de fevereiro.

No espaço de uma semana, 75 empresas portuguesas integraram vários eventos em Milão, por ocasião da Semana da Moda, numa iniciativa da APICCAPS em parceria com a AICEP, e o apoio do programa Compete 2030.

“Num contexto internacional de grande exigência, com vários mercados de referência numa situação económica muito frágil, estamos a regressar paulatinamente aos mercados internacionais”, destaca Luís Onofre. Para o Presidente da APICCAPS, “o cluster português de calçado e artigos de pele exporta mais de 90% da sua produção, pelo que a presença em eventos internacionais no exterior se afigura como particularmente relevante”.

Para a APICCAPS, depois de dois anos de forte contenção, “é tempo de o setor de calçado estreitar novas oportunidades em 2025”. “O ano que se avizinha não será fácil, com o abrandamento dos nossos principais mercados e situação política de instabilidade com dois cenários de guerra”, lamenta Luís Onofre.

A presidente do Compete, Alexandra Vilela, visitou a comitiva portuguesa na MICAM e na MIPEL - contou com a participação de 43 empresas. In loco, a responsável pelo programa Compete 2030 pode conhecer as preocupações e ambições das empresas presentes.

Na Lineapelle, entre empresas de componentes para calçado e de curtumes, a delegação nacional foi assegurada por 32 empresas (crescimento da delegação nacional de 6,7%).

Estreias e retornos enchem os corredores da MICAM
A maior feira de calçado do mundo prepara-se para um marco histórico ao celebrar sua 100ª edição em setembro. Pelos corredores da feira, muitas são as histórias que se encontram: de estreias, de retornos e de novos desafios.

No caso da Paradigma, esta edição marca um retorno da empresa de Guimarães à feira das feiras. “Esta feira reúne o maior número de clientes de diferentes regiões. É a feira de negócios com o porte que consideramos adequado para estarmos presentes. Não costumamos participar de muitas feiras, então queremos estar naquela que nos permite exibir e encontrar o maior número possível de clientes. Pelo que sei, a MICAM é essa feira”, explica Paulo Ferreira.

“Muitos mercados convergem aqui. Há muitos compradores, agentes, distribuidores e clientes dando seu feedback. Como uma nova marca, precisamos desse retorno agora”, explica Ricardo Esteves, da Kyaia. O grupo de Guimarães que detém marcas como a Fly London e a Foreva lançou a Fred&Frederik. “A marca está a ir muito bem, com pedidos a chegar e mostrando uma tração que nos surpreende e supera nossas expectativas”. “É uma marca inspirada nos desportos de montanha, então, logicamente, damos prioridade ao conforto, que é também a abordagem de todas as nossas marcas”.

Com o mundo em constante mudança, seja geograficamente, nas tendências da moda e nos valores dos consumidores, acompanhar essas mudanças é essencial para as empresas nacionais. É o caso da Helena Mar, a nova marca de calçado feminino que se apresentou aos clientes em Milão.

“Lançamos oficialmente o nosso site em dezembro de 2024 com sete modelos da coleção de inverno para testar os nossos produtos. Recebemos um retorno superpositivo”, explica Júlia Nunes. “Vamos agora lançar a coleção Primavera/Verão 2025, que acreditamos ser uma coleção diferente, com vários modelos superconfortáveis. Temos muitas características diferenciadoras na Helena Mar e as pessoas vão perceber isso ao calçar os sapatos”, afirma a brand manager a marca.

As empresas portuguesas presentes na feira apostam em novos mercados, mas não só. A Lemon Jelly acaba de lançar a primeira bolsa compostável do mundo.
“É uma bolsa com um design simples, sem acessórios. Todo o design foi pensado para facilitar a compostagem. A verdade é que todos os produtos da Lemon Jelly são naturalmente recicláveis, quase todos possuem componentes recicláveis. Então, o que fizemos a seguir? Adicionamos mais uma camada à nossa abordagem sustentável. No final de sua vida útil, essa bolsa pode ser reciclada, dando origem a uma nova. E quando já não puder ser reciclada, estiver desatualizada ou fora de moda, mesmo que eu acredite que seja uma peça icônica, podemos levá-la para o centro de compostagem”, explica Catarina Véstia.

Mais de 40 mil visitantes
As feiras de acessórios de moda, MICAM Milano, MIPEL, TheOne Milano e Milano Fashion&Jewels, realizadas de 23 a 25 de fevereiro na Fiera Milano, fecharam com resultados em linha com a edição anterior. Foram 40.449 o número de visitantes, 45% dos quais internacionais, representando 127 países, incluindo Japão, China, França, Espanha, Alemanha, Grécia e Turquia.

Apesar de um cenário económico complexo, tanto a nível nacional como internacional, agravado pela instabilidade geopolítica atual, os quatro eventos apresentaram 1.758 marcas, 46% das quais provenientes de 51 países diferentes, reforçando a importância do evento como promotor de oportunidades de negócios.  
Ao destacar o peso destas feiras comerciais para as empresas do setor, Antonio Tajani, Vice-Primeiro Ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, afirmou que a moda é uma indústria chave para o crescimento económico e do emprego no país. Destacou o contributo inestimável da excelência do Made in Italy (em português, fabricado em Itália), representado tanto por grandes grupos e pequenas e médias empresas, como por artesãos que combinam inovação, tecnologia e tradição. Confirmou ainda que o governo considera o apoio empresarial uma prioridade e está a promover ativamente iniciativas como o Fashion Days em países estratégicos.

Mais uma vez, a sinergia entre diferentes indústrias demonstrou a unidade e a resiliência da indústria de acessórios, que os compradores internacionais consideram uma referência de excelência – uma linguagem que não só define novas tendências, mas também explora a criatividade tanto de empresas estabelecidas como de marcas emergentes, incluindo startups.

Entre as exposições deste ano, foi evidente uma forte aposta no artesanato, bem como na aposta de influências contemporâneas como materiais inovadores e técnicas de produção sustentáveis. Além disso, as sessões educativas no âmbito dos eventos proporcionaram aos profissionais uma visão sobre as últimas tendências do mercado, enquanto aprofundaram a sua compreensão sobre o rico património, que inspira as ideias mais visionárias e originais.


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