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Calçado português procura regressar aos mercados internacionais

Calçado português procura regressar aos mercados internacionais

21 Mar, 2023

MICAM com bons sinais


O cluster português de calçado e artigos de pele, que exporta mais de 95% da sua produção para 172 países, nos cinco continentes, procura regressar, passo a passo, aos mercados internacionais. Desde o início do ano, o setor já integrou 10 iniciativas promocionais no exterior.

Para a APICCAPS, depois de um ano de 2022 de forte afirmação do setor nos mercados externos, 2023 será um ano de muitos desafios, com um abrandamento económico generalizado. O cluster do calçado e artigos de pele procura, nesse contexto de grande exigência, regressar paulatinamente aos mercados internacionais.

Os últimos certames já deram, aliás, indicações de que se está a regressar a níveis próximos da pandemia, pelo que é expectável, nos próximos meses, um reforço em força da atividade promocional do setor nos mercados externos. Em fevereiro, de regresso a Milão, no espaço de uma semana, 70 empresas integraram os três certames de referência dedicados ao setor de calçado, artigos de pele e curtumes: MICAM, MIPEL e Lineapelle.

A comitiva portuguesa na MICAM, aquele que é o principal certame profissional de calçado, contou com a participação de 33 empresas. Já na MIPEL, o setor esteve representado por um expositor. O secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz e o secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio visitaram a comitiva nacional em Milão em dois dias distintos.

No primeiro dia da feira, o responsável pela pasta da internacionalização conheceu as empresas presentes na MICAM. “As marcas portuguesas afirmam-se e estão presentes na maior feira de calçado do mundo. O ano de 2022 foi particularmente bom. Aliás, se queremos alguma prova do que é a qualidade da indústria portuguesa basta ver a forma como recuperou da pandemia e como ultrapassou os números pré-pandémicos”, defendeu Bernardo Ivo Cruz.

“É um setor muito relevante, muito capaz, muito imaginativo. Tudo o que vimos até agora, desde sapatos clássicos a sapatos mais modernos, à incorporação de outros materiais, como a cortiça…a preocupação com o conforto e com a sustentabilidade. É um setor em franca expansão”.

E a forte dinâmica da MICAM parece estar de regresso. De acordo com a organização, passaram pelos corredores da MICAM, MIPEL, TheOneMilano e HOMI Fashion&Jewels, 48.276 visitantes profissionais. Em comunicado, a organização destaca que “os compradores internacionais responderam particularmente bem: cerca de metade de todos os compradores vieram de fora dE Itália. Os países europeus com melhor desempenho foram Alemanha, França, Reino Unido, Grécia e Espanha, embora também tenham sido registados excelentes resultados em países tão distantes como Coreia do Sul, Japão e Cazaquistão”.  “Foi um sucesso”, sublinham, recordando que o número de compradores “aumentou 25% em relação à edição anterior”.

Os quatro certames acolheram 1800 expositores de todo o mundo.

God’s Move: uma aposta com proteção divina
A sustentabilidade é o tema comum às empresas portuguesas de calçado que levaram na bagagem para Milão propostas para todos os gostos. É o caso da Joseli que regressou à MICAM com a marca God’s Move. “Ao final de um ano os resultados já são bons. Mas cada vez mais temos de tentar impor a nossa marca no mercado”, avança José Teixeira.

O CEO da empresa explica que a nova marca apresenta uma linha com vários modelos de calçado, com especial enfoque nos sneakers, bem como uma linha vegan para ir ao encontro dos pedidos dos clientes. “A ideia de ter uma linha vegan não é nova. Os pedidos dos clientes deram o mote. Mas se no início era tudo muito básico, principalmente em termos de cores, nas coleções mais recentes já temos várias opções de cores e de materiais”. Fibras de maçã, milho, abacate, uva são algumas das matérias-primas que a marca tem disponível para a produção de calçado.

Mas não é só nos produtos que a marca implementa novas medidas. A Joseli investiu recentemente na colocação paneis solares em toda a empresa, o que que lhe garante uma autonomia energética de 70/75%”.

Campobello: um nova forma de estar
Pelos corredores da MICAM, muitas são as empresas que continuam edição após edição a apresentar o que de melhor se faz em Portugal. A Campobello não é excepção e apresentou muitas novidades. “Queremos continuar a representar o que de melhor se faz em Portugal. Por isso, decidimos continuar sempre a participar na MICAM. É um cartão de visita da empresa. Nos últimas edições passamos por tempos áureos, passamos por uma pandemia e, agora que estamos a retomar, faz todo o sentido continuar a participar nesta feira”, avança Susana Nogueira, a responsável comercial da Campobello.
 
“Desde 1945 que somos produtores de calçado. há uma enorme paixão e know-how de uma família que está, literalmente, cosida aos sapatos. A atual geração tem uma visão mais arrojada, juntamente com uma componente de tradição, e assim nasceu a Campobello, que acaba por ser um complemento ao homem Cruz de Pedra”.

“A Campobello é eclética e global. Apostamos na conservação do calçado, na sua intemporalidade… queremos que sejam reaproveitados e passem de geração em geração”, avança Susana Nogueira.

Mas não é só no universo masculino que a marca desperta atenções. A Campobello também já conquista muitas mulheres. “Está prevista uma linha feminina para as apaixonadas pelo calçado mais masculino. Os nossos clientes de homem começaram a pedir loafers, chelsea boots e outros modelos numa versão feminina. E rapidamente se tornou uma realidade: do número 35 ao 45 temos a escala completa disponível e, brevemente, teremos mais novidades”

Dakar: da aventura para os pés do mundo
Pela segunda vez, também a Dakar Shoes está de regresso à maior feira de calçado do mundo. “A ideia é alavancar a produção nacional, com base numa insígnia internacional como a Dakar” avança Michel Vilela. O responsável da empresa admite que importa, nesta fase, reforçar a importância do “made in Portugal, aliando a importância de uma marca como a Dakar".

Para o futuro o objetivo é “fazer cada vez mais e melhor”, mas de forma ambiciosa, Michael admite que quer “por o mundo a calçar Dakar. Todos os anos, durante 15 dias, todo o mundo fala do rally Dakar. Temos de aproveitar esse momento. Queremos colocar a Dakar Shoes nos pés do mundo”
A sustentabilidade está em cima da mesa, mas ainda há um longo caminho a percorrer, porque “nem todos os clientes estão disponíveis para pagar mais por um produto com características amigas do ambiente”. Importa, em primeiro lugar, “educar os clientes para a importância deste tema”. 

A história do rally remonta a 1977, quando o piloto francês Thierry Sabine perdeu a moto no deserto da Líbia durante o rali Abidjan - Nice. No regresso a França, Thierry decidiu partilhar com o mundo tudo o que descobriu e, em tom de celebração, criou um rali que saiu de Paris, passou por Argel e Agadir e terminou em Dakar.

Desenhada e produzida em Portugal, com pele nacional de elevada qualidade, a coleção Dakar™ Shoes é composta por sapatilhas, botas e sapatos para homem, para senhora e criança.

Calçado diversifica investimentos
O cluster do calçado e artigos de pele prossegue a sua estratégia de diversificação de investimentos. Depois de 70 empresas terem integrado, no último ano, o projeto Valorização da Oferta, num investimento total próximo dos 3 milhões euros, é previsível que um número semelhante de empresas invista, este ano, na promoção das marcas nos mercados internacionais, nomeadamente nos domínios de Assessorias de Comunicação e Publicidade, Adesão a Plataformas Online, Marketing Digital ou Produção de conteúdos fotográficos e multimédia. Prosseguem ainda os investimentos no Registo de Marcas e Modelos e em Websites e lojas online.

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