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Calçado reflete sobre um ano mais sustentável

Calçado reflete sobre um ano mais sustentável

25 Fev, 2021

Conheça as conclusões dos debates da Semana da Responsabilidade Ambiental


Um ano depois de o setor do calçado – através da APICCAPS e do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP) – ter apresentado o “Plano de Ação para a Sustentabilidade na Fileira do Calçado em Portugal”, a indústria assinalou a data com a “Semana da Responsabilidade Ambiental na Fileira do Calçado”. Cinco dias, compostos por cinco debates em que se ouviram inúmeros protagonistas, com o grande objetivo de não só fazer o balanço dos primeiros 365 dias de implementação do Plano, mas também de compreender as características, os desenvolvimentos e os recursos que permitem ao setor comprometer-se com uma meta ambiciosa: estabelecer Portugal como a grande referência internacional no desenvolvimento de soluções sustentáveis no setor do calçado.

Durante os próximos dias, conheça em pormenor as conclusões de todos os debates.

O PRIMEIRO DIA E A RESPONSABILIDADE
Fazendo jus à importância do tema e do objetivo, a semana começou com uma abertura do Ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes. “Se há setor que merece o reconhecimento do notável trabalho que tem feito em Portugal é manifestamente o do calçado,” começou Matos Fernandes por dizer, elogiando o trabalho continuado que o setor vem desenvolvendo. “O setor do calçado portou-se melhor do que todos os outros, seja na procura de novos produtos, na procura de novos mercados, na forma como combateu, e de que maneira, o anúncio de uma morte anunciada com a globalização (..) e isso resulta do mérito do setor, dos seus empresários, da sua associação, e do centro de saber que montou.”

Depois de alertar que é preciso enquadrar o crescimento económico com as questões ambientais, clarificando que “a economia não pode crescer como cresceu. A economia que nós temos de fazer crescer é uma economia que é neutra em carbono, que regenera recursos, porque só assim cabe dentro dos limites do sistema terrestre”, o Ministro do Ambiente, destacou também a importância do compromisso da indústria do calçado com a sustentabilidade, destacando as “muitas áreas” com as quais a indústria do calçado se comprometeu, afirmando ainda que “é fundamental o compromisso de um setor como o setor do calçado”.

Por fim, e depois de adiantar que o cluster do calçado foi um dos três setores eleitos pelo Ministério para participar num projeto de bioeconomia, Matos Fernandes realçou que “mesmo em tempo de pandemia” a transformação não parou e que para passar por ela, “temos mesmo de usar os sapatos do futuro”. E, para que não restem dúvidas, o Ministro clarificou que “esses sapatos do futuro são sapatos que usam biomateriais, são sapatos que quem os produz e vende se orgulha de dizer ‘reduzi para a metade a água que utilizava’”, mas são também sapatos que, quando o consumidor os deixar de usar, “não lhe passe pela cabeça deitá-los ao lixo, porque eles podem mesmo ter um novo futuro”.

Depois da abertura, o debate centrou-se apropriadamente no tema “A Responsabilidade Ambiental do Setor”. Numa mesa redonda em formato digital, Adriana Mano, da Zouri; Ana Maria Vasconcelos, da Belcinto; e Hugo Pinto, da Itaflex trocaram opiniões e ideias.

Adriana Mano realçou que a sustentabilidade não são “só as matérias-primas” e que, por isso mesmo, muito do trabalho de pesquisa da Zouri também se centra em descobrir matérias-primas que aliem o lado social ao lado ambiental. Nesse sentido apontou o exemplo do piñatex, um dos materiais utilizados pela marca, e que constitui um fator de empoderamento económico nas comunidades rurais agrícolas filipinas – responsáveis pela cultura do ananás.

Por seu turno, Ana Maria Vasconcelos apontou outro vetor da sustentabilidade: a importância da durabilidade, referindo que na Belcinto se fazem produtos que “têm garantia para o resto da vida”, “produtos que passam de pais para filhos e de filhos para netos”. A responsável da marca fez ainda questão de referir que, desde a sua origem, que a Belcinto produz produtos em pele, tratada de forma vegetal, portanto “sem crómio”. 

Já Hugo Pinto, da Itaflex, destacou a importância da reciclagem e da reutilização ambiental, lembrando que a aplicação destes princípios encerra também vantagens económicas para as empresas, já que, como afirmou, “ao desperdiçarmos recursos, estamos a perder dinheiro”.

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