Entrei na empresa em 1975, e trabalhei em praticamente em todos os setores da empresa, o que me permitiu chegar à gestão por volta de 2000, já tendo uma visão de helicóptero sobre todos os processos complexos de uma indústria como a nossa.

Por tradição, os Portugueses não são consumidores de produtos portugueses. O mercado é pequeno, e a Internacionalização das empresas é obrigatória e é nestes mercados que a Moda Portuguesa deve competir. Somos uma empresa originalmente produtiva, pelo que o nosso investimento  foi mais focado na oferta de desenvolvimento de produtos e na diversificação dos mesmos.

A oferta de saber-fazer, a diversidade de produtos, a ética empresarial e a seriedade dos diversos parceiros Portugueses, para além do saber aguentar pressões e reactividade são fatores de escolha pela produção em Portugal.

Que desafios adicionais enfrentam as mulheres no mundo empresarial - maioritariamente constituído por homens?
Apesar da falta de equidade de género, que sabemos ser transversal em todo o mundo, não me parece que neste momento seja um fator limitador para o crescimento do número de mulheres no setor. Sendo um sector maioritariamente masculino, no setor do calçado, curiosamente no setor da Marroquinaria já não acontece o mesmo. Pessoalmente não sinto entraves no meu trabalho por ser mulher.