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Cenário negro no retalho

Cenário negro no retalho

22 Abr, 2020

Como está o retalho a nível internacional?


"Ninguém quer comprar roupas para ficar em casa". A afirmação é Simon Wolfson, executivo da Next, em declarações ao The Economist.
 
A marca britânica admite perder 25%, das vendas anuais este ano por causa da pandemia, num valor próximo dos 1 200 milhões de dólares. Com efeito, muitas marcas acabaram por ser altamente penalizadas pelos bloqueios obrigatórios na Europa e na América. Em resultado, o retalho hibernou. “O valor equivalente a uma temporada estará comprometida”, admite a Next.
 
Ao contrário do retalho de bens essenciais, na fileira da moda as lojas estão impedidas de libertar os stocks.  Simplesmente, a procura eclipsou-se. O líder empresarial do mercado, o Grupo Inditex, anunciou um investimento de 287 milhões de euros para reduzir os stocks acumulados. Outros grandes grupos deverão seguir o mesmo exemplo, prevê Aneesha Sherman, da Bernstein, uma empresa de pesquisa. As vendas no retalho americano recuaram, em março, 8,7% em relação a fevereiro, a maior queda mensal desde 1992. Na fileira da moda, ainda assim, a queda não foi tão expressiva, rondando os 4%.
 
Num momento de grande indefinição, também os investimentos ficam condicionados. “Há o risco de se cortarem as compras de forma muito agressiva”, alertou Knut Alicke, da consultora McKinsey. Os problemas não se limitam, apenas, nesse domínio. “Os pequenos retalhistas podem perder a retoma, pelo facto de não terem investidos em novos produtos que surpreendam os consumidores”.
 
A pandemia estará a ter um grande impacto no retalho. Uma das alternativas, sugere o The Economist, passa pelo reforço da presença online, a preços reduzidos. Uma via explorada, por exemplo pela sueca H&M, que acabaria por reduzir em 70% os preços das coleções de “meia temporada”. Já a americana GAP oferece um desconto de 50% no segmento feminino. No Japão, a Uniqlo, comercializa algumas peças de vestuário pelo preço...de uma música.
 
Resposta diferente, mas muito musculada, é da Marks & Spencer. Enviou uma missiva aos fornecedores a suspender e, até mesmo cancelar, as entregas. Uma medida para ser reavaliada lá mais para a frente. A mesma estratégia foi seguida, por exemplo, pela americana Ross Dress for Less. A cadeia americana cancelou todas as encomendas até meados de junho. Muitos outras cadeias de retalho, de maior ou menor dimensão, um pouco por todo o mundo, seguiram esta via. Estima-se que o retalho americano tenha cancelado, só do Bangladesh, vestuário na ordem dos 1500 milhões de dólares nos dois últimos meses.
 
Outras empresas optaram por um diferente “modus operandi”. Impedidas, por via contratual, de cancelarem as encomendas, optaram por as protelar no tempo. Há mesmos, cenários extremos, que saíram da equação para a realidade. Se nuns casos, as mercadorias permanecem em grandes navios, em alto mar, para não suportarem direitos aduaneiros, noutros, há programas específicos para o armazenamento das mercadorias em locais improváveis, como por exemplo, Lomé, no Togo - uma garantia oferecida as maiores empresas de transporte do mundo, a Maersk e a MSC.
 
Cenários e cenários, todos de difícil avaliação. De acordo com o World Footwear, este ano o consumo de calçado poderá recuar 22,5% em todo o mundo.
 
 

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