CFPIC acolhe alunos internacionais
Depois de ter acolhido, há dois anos, alunos da Palestina, chegou agora a vez do Centro de Formação acolher, no âmbito de um projeto piloto de formação, jovens oriundos da República Democrática de São Tomé e Príncipe, resultante de um Acordo de Cooperação celebrado com o governo de São Tomé. “São jovens com idades entre 16 e 21 anos, com sonhos e ambições, que frequentarão presencialmente – a partir de 19 de abril - cursos de aprendizagem, em especial modelação de calçado, de fabrico manual, técnico de manutenção de máquinas para a indústria do calçado, de eletrónica e automação”.
“Temos tido pontualmente alguns intercâmbios”, continuou Paula Gil, mas este “será talvez o projeto mais ambicioso, porque são jovens que vêm estudar connosco durante três anos em regime de internato. Os jovens têm direito a apoios sociais no âmbito daquilo que está estipulado pelo Fundo Social Europeu, que incluem alojamento, alimentação, seguro de acidentes pessoais e uma pequena bolsa (bolsa de profissionalização mensal). E nesse âmbito foi feito um acordo com o Inatel de Santa Maria da Feira onde eles estão alojados”.
Centro precisa
de ajuda
Para quer este projeto se efetive, tem existido o apoio de várias entidades públicas, nomeadamente das autarquias de Santa Maria da Feira e S. João da Madeira. Paula Gil recorda que tem existido “por parte de todas as entidades contactadas, depois de explicado o projeto, uma aceitação imediata”, mas que ainda assim não é suficiente, uma vez que as despesas de transporte não estão ainda contempladas.
“O Centro de Formação garante as necessidades básicas destes jovens durante todo o período de formação (alojamento, alimentação, cuidados de saúde)”, mas são igualmente indispensáveis apoios em matéria de transporte (média de 30€ mês, por aluno), sublinhou a Diretora do Centro de Formação Profissional da Indústria de Calçado. “No âmbito da responsabilidade social do setor, é indispensável toda a colaboração. Necessitamos que 75 empresas do nosso setor se assumam como mecenas e possam contribuir para o pagamento de outras despesas dos jovens, como o passe mensal que lhes permita ter mobilidade entre concelhos, a cedência de calçado ou o acesso a atividades culturais e desportivas, entre outras”.
“Cabe-nos a todos despertar consciências e fazer com que os sonhos destes jovens se tornem realidade”, concluiu Paula Gil.