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Coleman McCartan: É preciso conquistar a confiança dos americanos

Coleman McCartan: É preciso conquistar a confiança dos americanos

19 Dez, 2022

Entrevista com Coleman McCartan


Coleman McCartan é um dois maiores especialistas americanos na área da moda e coordena um dos certames atuais de referência, a Society, especializada no segmento masculino. Considera que há uma imensidão de oportunidades para os portugueses nos “states”, mas deixa vários avisos à navegação.

Quais são suas expectativas para a próxima edição do Society?
Como um novo evento no mercado, numa das principais cidades do mundo, Nova York, a promoção tem sido fundamental nesta altura.
Em termos de expositores, a próxima edição crescerá 30% e continuamos muito focados em coleções contemporâneas de vestuário, calçado e acessórios de alto gama, sejam eles nacionais e internacionais.

Mas como correu a edição passada?
A feira de julho contou com a presença de algumas das melhores lojas de toda a América do Norte e as inscrições para 2023 são muito positivas. Nova York continua a revelar excelentes sinais depois da pandemia.

As feiras internacionais parecem ainda não ter atingido níveis pré-pandemia. Na sua opinião, quais são as razões para isso?
As coleções americanas sempre hesitaram em se internacionalizar e a situação atual na Europa aumentou a hesitação das marcas. Tanto o setor do retalho como as próprias marcas reduziram orçamentos de viagem, numa decisão consciente de se concentrar nos negócios mais próximos de casa.
Ainda assim, hoje mais do que nunca, o mercado americano e em especial Nova Iorque, é muito apetecido, numa lógica seja de crescimento ou de estabilização dos negócios. Considerando, no entanto, que ainda que possa parecer a melhor decisão nesta altura, as marcas europeias ainda estão muito cautelosas na abordagem ao mercado americano.

Que ações estão desenvolvendo para atrair mais clientes para a próxima edição da Society?

A nossa função é cruzar a oferta e a procura. Diria que estamos à procura dos clientes certos, por isso fazemos o máximo possível de pesquisas sobre várias marcas para determinar aquelas que serão mais atraentes para nossa base de trabalho. Observamos o preço e a estética de cada marca com muito cuidado, especialmente porque somos um certame muito especializado, com espaço limitado, onde só podemos acolher o melhor dos melhores.

A indústria portuguesa de calçado definiu como prioridade o mercado americano. Que oportunidades haverá para as empresas portuguesas nos “states”?
A frase que ouvimos repetidamente é diversificação. Todos parecem apostados em diversificar mercados e reduzir o risco por um grupo cada mais alargado de mercados. A indústria portuguesa fez grandes avanços em matéria de produtos. Hoje apresenta uma qualidade global muito boa, com preços interessantes. Não tenho duvidas de que Portugal é hoje uma opção muito viável para o mercado norte-americano.

Que conselho daria a uma empresa portuguesa que está a entrar no mercado americano?
Considerem o mercado norte-americano como um negócio completamente novo e não descuram todos os aspetos do negócio. Apresentar preços em dólares americanos, Instagram e redes sociais atualizados, que é o primeiro lugar que os realistas procuram novas oportunidades, são aspetos fundamentais.  Além disso, estejam preparados para se comprometer com várias temporadas. Não façam uma aposta isolada. Esse é o maior erro que fazem na abordagem a este mercado. Os americanos são cautelosos quando trabalham com marcas internacionais. É preciso conquistar a sua confirmação.


Num passado recente, o mercado de calçado foi invadido por produtos desportivos. Há sinais de mudança? Ou melhor, que grandes mudanças são, do seu ponto de vista, já percetíveis ao nível das tendências de consumo?

A Society sempre teve a preocupação de abordar os dois segmentos de mercados, aprestando coleções de produtos mais desportivos e outros clássicos. Diria que ambos tiveram bons resultados, mas para isso será sempre fundamental uma boa apresentação e uma estratégia de comercialização. .




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