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Como enfrentar os desafios de 2023?

Como enfrentar os desafios de 2023?

9 Nov, 2022

Alteração profunda de paradigmas


“Nos últimos anos, temos assistido a uma sucessão acelerada de acontecimentos que têm levado a uma alteração profunda de muitos dos paradigmas que tínhamos como certos”. Este foi o mote para a missiva enviada pela Direção para o universo de empresas associadas da APICCAPS.

Em resultado, “vivemos hoje num contexto de profunda incerteza, rodeados de desafios vários, que obrigarão a indústria que representamos a enfrentar, nos próximos tempos, momentos profundamente exigentes”.

Na saída de dois anos de pandemia o setor de calçado poderá atingir um novo recorde para as nossas exportações. Com efeito, “depois de um excelente primeiro semestre, o clima de otimismo mais ou menos generalizado refletia-se num nível de encomendas que permitia perspetivar os meses seguintes com algum conforto, parcialmente como consequência de uma diminuição forçada da atividade em alguns países da Ásia”. No entanto, “muito mudou nos últimos meses e 2023 trará, seguramente, grandes desafios”, admite a APICCAPS, recordando que “as projeções económicas para 2023 colocam os principais mercados europeus em forte contração ou mesmo em recessão económica”. Adicionalmente, “o aumento do custo dos fatores de produção, que se iniciou durante a pandemia, não mostra sinais de abrandamento, bem pelo contrário”. Já “a inflação continua a crescer de forma desenfreada”, pelo que “a pressão sobre as margens das empresas será tanto mais inevitável quanto menos seja possível refletir o aumento de custos aos seus clientes”. Também as taxas de juro “estão a aumentar de forma muito rápida e não se perspetiva que possam abrandar no curto prazo, o que levantará questões muito graves para a estrutura de financiamento das nossas empresas e dos nossos clientes internacionais”. Os fornecedores asiáticos, por sua vez, “estão a repor a capacidade produtiva que tinha sido afetada pela COVID-19, e em 2023 estarão novamente capazes de fornecer em pleno muitos dos clientes que nos últimos meses procuraram a nossa indústria”. Em Portugal, “os parceiros sociais já definiram os aumentos do Salário Mínimo até 2026 o que conduzirá a um crescimento dos custos com salários de 28% em 4 anos (média de 7% ao ano)”. Ora, “este crescimento dos custos com pessoal, bem acima da inflação esperada e de forma assimétrica com os nossos concorrentes europeus, deverá resultar “numa preocupação redobrada”.

A APICCAPS alerta para a eventualidade de se proceder “a uma nova inversão de ciclo que se forma no horizonte e se perspetiva para breve”, uma vez que “em 2023 podemos passar muito rapidamente de uma situação particular de falta de capacidade produtiva e excesso de encomendas para uma quebra abrupta da procura.

Entende a APICCAPS que “o setor se deve preparar para este cenário e reforçar a sua presença nos mercados internacionais. Só investindo de forma regular e consistente, nomeadamente através da presença em feiras internacionais, será possível manter os clientes atuais e encontrar os novos que todos os dias surgem no mercado”. 

Perante um cenário particularmente exigente, a APICCAPS fez os trabalhos de casa e “está a procurar criar um enquadramento permita reforçar a competitividade do sector”. Desde logo, o Plano Estratégico do Cluster para 2030 deverá ser apresentado publicamente nas próximas semanas. Depois, deu-se já início “à implementação das ações previstas em dois grandes projetos de investimento, em consórcio, financiados pelo PRR”. Previstos estão igualmente “um conjunto de investimentos de promoção internacional do sector calendarizados para 2023 que passam desde a realização de uma série de ações nos grandes mercados internacionais (campanhas de comunicação, missões inversas, assessorias de comunicação, entre outras iniciativas promocionais”.

Para a APICCAPS, as empresas deverão “investir mais na promoção comercial externa, em especial em feiras profissionais, abordar mais mercados, criar marcas internacionais e promover as nossas empresas nos canais digitais”. “Temos de voltar a procurar clientes internacionais que privilegiem os nossos produtos e a nossa capacidade de criar e de inovar”, concluiu a APICCAPS.

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