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Congresso da UITIC: o futuro da indústria de calçado em discussão

Congresso da UITIC: o futuro da indústria de calçado em discussão

31 Out, 2023

Milão e Vigevano foram os cenários do Congresso da UITIC


Milão e Vigevano foram as cidades escolhidas para acolher o congresso internacional da UITIC (União Internacional dos Técnicos da Indústria de Calçado). Uma edição de regresso à normalidade – o último congresso tinha sido realizado no Porto, em maio de 2018 e o seguinte interrompido devido à pandemia – que recebeu 2 keynot, 4 sessões, dois painéis, 24 oradores de 10 países distintos, 17 espaços de apresentação de inovações onde centros de investigação e instituições de todo o mundo apresentaram os seus trabalhos. Estes são os números de uma edição de sucesso que contou com a presença de mais de 250 delegados de 22 países e que teve o momento social mais importante no Jantar de Gala no belo Castelo de Vigevano. Durante o jantar a UITIC atribuiu o seu reconhecimento a três ilustres membros da comunidade internacional: Fortunato Federico, de Portugal, Ricardo Jaime Guerra, do México e Emiliano Bozzato da Itália pelos seus méritos. Esta foi também a ocasião para comemorar o 50º aniversário da associação que foi criada em 1972.

Moving towards sustainability through innovation (O caminho da sustentabilidade através da inovação) deu o mote para dois dias de apresentações e debates onde o foco foi a indústria de calçado. “As empresas devem inovar para se tornarem sustentáveis, abraçando plenamente a transformação digital que é o principal facilitador desta mudança”. Esta foi a principal mensagem do Congresso.


Serdio Duli, que assumiu – precisamente no congresso - a presidência da UITIC, defendeu que esta foi uma edição de profunda aprendizagem. “Penso que foi muito enriquecedora. Todas as apresentações foram de um nível muito elevado e se avaliarmos um evento como este pelo facto de sabermos mais à partida do que à chegada, na minha opinião, o resultado é positivo”. Para o novo presidente da UITIC, o balanço final é muito positivo. “Regresso a casa mais enriquecido, e espero que o mesmo aconteça com todos os outros participantes. Foi o primeiro congresso após cinco anos. Não foi fácil voltar a reunir a nossa comunidade depois de tanto tempo”.

O mote do congresso foi dado por Carlos Alberto Maffè, da Bocconi University que não deixou margem para dúvidas: “A indústria deve preparar-se para uma mudança de paradigma entre o material e o imaterial e assumir definitivamente que a questão da sustentabilidade não pode ser desligada da inovação”.

A primeira sessão “Produtos, Materiais e os Consumidores do Amanhã” recebeu os contributos de vários oradores. E a pergunta que fica desta sessão é “como é que o nosso mindset enquanto consumidores pode influenciar as transformações da indústria? Três palavras saltam à vista: materiais, mindset e quantificação.

Transformação digital foi o ponto seguinte. novamente com o contributo de seis oradores, as palavras de ordem são muitas: automação, biomecânica, Inteligência Artificial, RFID, processos de produção, traceabilidade.

A sessão Capacidade Humana na indústria 5.0 traz à luz do dia uma realidade muito relevante: num cenário de ionvoação e transofmrçaão digital, colocar as pessoas no centro da equação. A esse propoósito, Sergio Duli concluiu que “as máquinas devem ser consideradas um material. Devemos olhar para o futuro com a certeza de que não devem existir fábricas sem pessoas”. Para isso, o painel de especialistas apresenta termos como Reskilling and upskilling. Com todas as transformações digitais a que temos vindo a assistir, novas profissões especializadas em tecnologias estão a florescer a um ritmo que o mercado de trabalho nem sempre consegue acompanhar. Numa tentativa de colmatar esta lacuna, as empresas estão a oferecer formação aos seus colaboradores para otimizar o seu desempenho (upskilling) ou para os “reciclar” as suas competências para um cargo diferente (reskilling).
O segundo dia ficou marcado pelo tema da sustentabilidade e recebeu mais de uma dezena de contributos. Desde a importância de encontrar uma solução de reciclagem de sapatos à importância de promover um discurso coerente sobre o couro, as conclusões são unamimes: ainda há um longo caminho a percorrer, mas a tecnologia será essencial para encontrar soluções reais e eficazes.

A esse propóstio, o novo presidente da UITIC deixa alguns ‘recados’.
A sustentabilidade e inovação parecem ser as palavras do futuro. “Quando decidimos o tema e o título, pareceu-nos que o mais útil para um Congresso sobre a situação da indústria de calçado de um ponto de vista técnico, em geral, seria a inovação e a sustentabilidade. Foi um pouco arriscado escolher estes temas, mas penso que todas as apresentações que ouvimos nos últimos dias o confirmam. Porque, de alguma forma, estão fortemente ligados um aos outros, uma espécie de ligação que não pode ser dissolvida. Se falamos de sustentabilidade, precisamos de inovação, e não é possível ser inovador no nosso mundo sem considerar mais e mais a sustentabilidade.

Em jeito de conclusão, Sergio Duli deixa vários cenários para o futuro da indústria de calçado. “Penso que haverá muitos futuros para a indústria do calçado, dependendo da capacidade das empresas de se adaptarem a um ambiente em rápida mudança. Estamos num período de profundas alterações. Provavelmente já o dissemos nas últimas 20 edições do Congresso porque, felizmente, cada vez mais, o mundo está a mudar. Mas estes são anos complexos. Mas como alguém disse, a complexidade e os desafios também trazem oportunidades”.

Dança de cadeiras
Esta foi também uma edição marcada por alterações na organização da UITIC. Yves Morin deixa a presidência que será agora entregue ao italiano Sergio Dulio que, até agora, assumia a função de vice-presidente. Também Luísa Correia, a nova Diretora Geral do CTCP, assume o cargo de Secretária-geral, substituindo Françoise Nicolas.

O novo responsável da UITIC admite que se sente preparado para o novo desafio. “Sinto que estou sobre os ombros de gigantes. Acompanhei a presidência do Yves; o César Orgiles foi Presidente durante 19 anos… Estou ansioso por assumir este cargo e orgulhoso por merecer a confiança que depositaram em mim”.


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