Estudos Retail Flash do World Footwear
França: Vendas de calçado em “águas turbulentas”
Após um período de algum retorno à normalidade, o retalho de calçado em França caiu em novembro, quando um segundo bloqueio nacional foi anunciado. Apesar da ligeira recuperação sentida no período de Natal, o retalho continuou com níveis incertos em 2021. Uma preocupação generalizada: se 2020 não foi bom, e se outras vagas da pandemia surgirem, como resistirá o retalho francês em 2021? (Mais informações AQUI)
Alemanha: fim da história de sucesso do retalho alemão?
Após alguns meses de sucesso, o retalho alemão sofreu uma queda no final de 2020. Depois de uma reação inicial positiva nos primeiros meses de 2020, o impacto da pandemia nas vendas no retalho alemão parecia estabilizado durante a maior parte do ano. Porém, nos últimos meses de 2020 o enredo da história mudou. Tal como aconteceu noutras geografias europeias, as más notícias para os canais offline são, geralmente, boas notícias para os online. Mas será isso suficiente?
Depois da chamada "história de sucesso do retalho na Alemanha", que durou até outubro de 2020 e na qual - longe de outros países europeus - o impacto do COVID-19 nas vendas no retalho parecia controlado, a pandemia – literalmente – contra-atacou com “violência”.
Como resultado, as vendas no retalho de Têxteis, Vestuário e Calçados (TCF) entraram em queda livre nos últimos dois meses de 2020. De acordo com os dados do Escritório Federal de Estatística, as vendas do retalho em janeiro caíram drasticamente. A Rexor, por exemplo, (grupo alemão com uma rede de 509 empresas, controlada pela cooperativa de retalho ANWR) espera um declínio adicional nas receitas em 2021, para além de uma redução de 19% em 2020, registada devido ao impacto da pandemia COVID-19. Na mesma direção, a Associação Federal da Indústria de Calçado e Artigos de Couro (HDS / L) anunciou que as vendas internas do setor de calçado caíram 8,6% em relação a 2019.
Japão: muito cedo para projeções
Após um ano de baixo desempenho, o Índice de Retalho de Vestuário e Acessórios no Japão conseguiu superar os números do ano anterior em março de 2021. Apesar disso, os importadores ainda não parecem convencidos de que se trata de uma recuperação sustentada. A boa notícia, como noutras geografias, vem dos indicadores de confiança, com os consumidores a afastarem-se de um sentimento mais pessimista. No entanto, tudo parece muito frágil, especialmente porque o Estado de Emergência foi expandido, e isso pode significar que é muito cedo para projeções. (Mais informação AQUI)
Espanha: Retalho físico cai, online cresce
O Índice de Vendas do Retalho de Têxtil, vestuário e Calçado em Espanha está a registar alguma resistência para voltar aos níveis pré-pandêmico, ainda que se tenha registado uma ligeira recuperação no segundo semestre de 2020.
Pelo contrário, as vendas online continuam a crescer desde 2020. Os próximos meses serão fundamentais para ver como os consumidores se comportam, no entanto, apenas uma descida no numero de novos casos poderá trazer alguma esperança.
A Tempe, distribuidora de calçados e acessórios para as marcas do grupo Inditex (e 50% de propriedade deste último), anunciou uma queda de receitas de cerca de 30% em 2020, com o EBIT abaixo de 43% em relação a 2019. A empresa de moda espanhola Desigual também anunciou queda nas vendas (-39%) em 2020, com um prejuízo de 93 milhões de euros.
Além das condições de negócios, as novas ondas pandémicas registadas em Espanha em novembro de 2020 e novamente em janeiro e fevereiro de 2021 vieram complicar o cenário. O efeito adverso no retalho é perceptível, embora não seja tão pronunciado quando comparado com a primeira onda registada no início de 2020.
Conheça o estudo Retail Flash especial Espanha, do World Footwear, disponível aqui.
A nova vaga de COVID-19 e um consequente confinamento geral foram determinantes para a queda nas vendas de retalho no Reino Unido. A Shoe Zone, por exemplo, anunciou uma diminuição de 24,3% das receitas em 2020.
No entanto, o indicador de confiança dos consumidores está a crescer há dois meses consecutivos. Se a vacinação no Reino Unido for bem-sucedida, a queda nas vendas poderá não persistir.
Conheça o estado do retalho no país aqui.
Estados Unidos: tendência decrescente
As vendas a retalho nas lojas de calçado dos Estados Unidos iniciaram o ano com tendência decrescente. Aliás, os últimos meses de 2020 foram de queda, mesmo quando os cheques de estímulo começaram a chegar às famílias americanas. Pelo contrário, o e-commerce registou um ciclo de crescimento. Mais uma vez, tal como está a acontecer noutros países, o Índice de Confiança do Consumidor parece estar no bom caminho, traduzindo a sensação de que a vacinação em massa traz esperança para terminar com a crise pandémica. A questão que se coloca é: o retalho voltará à tendência crescente?