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Consumo mundial de calçado cresce 8,4% em 2025

Consumo mundial de calçado cresce 8,4% em 2025

8 Jan, 2025

 Europa estagna


O consumo mundial do calçado deverá crescer 8,4% em 2025. As conclusões são do último Business Conditions Survey, o inquérito de especialistas do World Footwear. Se as previsões se confirmarem, o consumo deverá crescer significativamente na Oceânia (+25%), seguida pela África (+13,3%), Ásia (+9,2%) e América do Norte (+8,3%). Aumentos mais modestos são projetados para a América do Sul (+3,2%). Já a Europa (+0,5%) deverá estagnar.

No que diz respeito à quantidade de calçado comercializado, segundo as projeções do Business Conditions Survey, 65,4% dos entrevistados espera que esse valor cresça e apenas 22,4% espera que estabilize.

Destaque ainda para uma perspetiva positiva em relação à evolução dos preços nos próximos seis meses, com a maioria dos entrevistados (36.4%) a antecipar um aumento moderado, sendo que apenas 14% antecipa preços estáveis para o mesmo período.

Apesar deste cenário positivo, a indústria do calçado continua a enfrentar dificuldades, nomeadamente, com o custo das matérias-primas e mercadorias e com a concorrência nos mercados internos.

“Temos a expectativa de que 2025 seja um ano de recuperação do setor do calçado a nível internacional”, considera Paulo Gonçalves. Ainda assim, para o porta-voz da APICCAPS “continuam a verificar-se vários sinais de incerteza”, em especial no continente europeu. “As empresas devem continuar o esforço de procurarem novos mercados”. A esse propósito, destaca que “são os continentes americanos e asiáticos aqueles que previsivelmente revelam maior potencial de crescimento este ano”, justificando assim “o reforço da aposta da indústria portuguesa em mercados relevantes como EUA, Coreia ou Japão”. 

Segundo os especialistas, o maior crescimento da produção nos próximos cinco anos será registado na Ásia (66.4%), onde se destaca o domínio contínuo da região na indústria global de calçado, impulsionado por fatores como infraestrutura, vantagens de custo e acesso a matérias-primas e mão de obra qualificada. A África ocupa um distante segundo lugar (17,8%), refletindo o seu potencial como um centro emergente para a produção de calçado. Já a Europa (9,3%), a América do Sul (3,7%) e a América do Norte (2,8%) ocupam os últimos lugares.

Um ano com sinais positivos
As últimas estatísticas mostram resultados positivos no comércio do calçado, embora moderados, de crescimento em alguns mercados importantes. As importações aumentaram em cinco dos dez maiores importadores do mundo, incluindo em Espanha (5.95%), Bélgica (3.8%), EUA (2.8%), Países Baixos (2.3%) e China (0.4%), o que indica uma estabilidade do mercado. Mas também houve países que tiveram algum declínio como a França (3.2%), um mercado de grande relevância para o calçado português  e a Itália (13.1%).

As últimas projeções do FMI apontam para um período de crescimento moderado, mas desigual para as diferentes regiões. Ainda assim, os dados mais recentes demonstram que a confiança continua a crescer entre os produtores e os comerciantes. Quase 68% dos inquiridos desta edição do Business Conditions Survey esperam que a ‘saúde dos seus negócios’ seja forte (47.2%) ou muito forte (20.8%) nos próximos seis meses. Em contrapartida, apenas 7.5% preveem perspetivas de negócio fracas ou muito fracas.
Os inquiridos na África são os que estão mais otimistas em relação ao crescimento dos seus negócios, ao contrário dos entrevistados da Europa, onde se registam os cenários mais negativos.

Emprego
Há uma perspetiva geral otimista em relação à evolução do emprego, sendo que os fabricantes estão mais otimistas do que os comerciantes. Os europeus são os que esperam um maior aumento do emprego: 40% dos inquiridos antevê um aumento e 51% espera que o emprego estabilize.

Condicionantes
As principais dificuldades apontadas pela maioria dos inquiridos são os custos das matérias-primas ou das mercadorias (42%), seguido da concorrência nos mercados internos (40%), bem como a insuficiente procura nos mercados internos (29%) e mercados internacionais (25%). As taxas alfandegárias (24%), os problemas com a mão-de-obra (22%), as dificuldades financeiras (22%) e a concorrência nos mercados internacionais (22%) são igualmente significativas.
Canais de vendas  
De acordo com o Business Conditions Survey, nos próximos três anos, os especialistas esperam um aumento significativo na venda de calçado nos mercados digitais. As previsões para as lojas físicas são mais moderadas, mas permanecem positivas.

Impacto da impressão 3D
Segundos os inquiridos, espera-se que a impressão 3D tenha um impacto significativo nos processos de prototipagem na indústria de calçado. A maioria dos especialistas (52.2%) destaca o seu uso em protótipos de componentes como solas ou saltos, enquanto 43.9% reconhece a sua importância em protótipos de ferramentas de produção como moldes. Por outro lado, 35.5% dos inquiridos preveem a aplicação desta tecnologia em protótipos de calçados inteiros.

Em contrapartida, o potencial da impressão 3D para revolucionar a produção é reconhecido, mas em menor escala: apenas 13,1% olham para esta tecnologia uma ferramenta viável para a produção completa de calçado.

O painel de especialistas do World Footwear contou com 107 respostas válidas de especialistas da Ásia (49%), África (21%), Europa (18%), América do Norte (6%), América do Sul (5%) e Oceânia (1%).



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