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Crowdfunding: o financiamento do futuro?

Crowdfunding: o financiamento do futuro?

18 Dez, 2018

Estaremos perante o novo modelo de financiamento do futuro?


Estaremos perante o novo modelo de financiamento do futuro? Que solução é esta que parece proliferar entre as startups? A resposta não é simples, mas os exemplos crescem dia-após-dia. Em Portugal começam a crescer o número de negócios que apostam em rondas de financiamento, tanto nas fases iniciais como em momentos mais ‘maduros’ da vida da marca.  Uns casos mais, outros menos bem-sucedidos. O Jornal da APICCAPS foi conhecer alguns exemplos de sucesso no setor de calçado.
Mas primeiro importa desmistificar conceitos. O que é, de facto, o crowdfunding? Segundo a publicação E-Konomista, “crowdfunding é um sistema simples de financiamento colaborativo, disseminado especialmente pela Internet, que consiste numa modalidade de investimento onde várias pessoas, através de doações anónimas, investem pequenas quantias de dinheiro em determinada ideia de negócio ou projeto”.

Uma das vantagens deste tipo de serviço é, segundo Inês Lebre da INLU, a rápida resposta do mercado e o facto de as plataformas de crowfunding serem, por si só, uma forma de promoção da marca. A INLU nasceu em 2017 pelas mãos de Inês Lebre, de 32 anos. Formada em Gestão e a trabalhar na área da consultadoria, Inês decidiu que era altura de apostar num negócio em nome próprio, com fortes preocupações ambientais. Quando conheceu a sócia, nasceu a INLU.

A 11 de outubro deste ano, a marca começou o primeiro investimento na plataforma Kickstarter. Após seis dias, os primeiros objetivos foram concretizados. A primeira ronda angariou 26 mil dólares, consubstanciado em encomendas. “Existem vários tipos de plataformas, com diferentes tipologias de angariação. Quisemos apostar unicamente em vender sapatos em pré-order, por isso, o valor angariado diz respeito a encomendas”.

Dentro de meio ano, os sapatos INLU vão voar para os quatro cantos do mundo. A marca não quer voltar, para já, a esta plataforma. A ideia é, na próxima coleção, entrar nos canais tradicionais. “Estar presente nesta plataforma foi uma espécie de Kick-off”. No entanto, Inês Lebre reconhece a importância deste tipo de financiamento em empresas que estão a começar.  “Uma das vantagens do crowdfunding é que pode ser utilizada numa empresa como a INLU, que ainda está a começar, ou numa empresa que já está criada e sedimentada”.
É o caso Undandy. A marca nacional que permite ao cliente personalizar o sapato: desde a sola até aos cordões. A marca juntou-se, recentemente, à Crowdcube e tornou-se a primeira start up portuguesa nesta plataforma.
A empresa, detida por Rafic Daud, tinha como objetivo chegar a 1 milhão de dólares, para 8,77% de capital oferecido. O objetivo foi cumprido num curto espaço de tempo. No total, e segundo os dados disponíveis na plataforma, a campanha – em curso até dezembro - já angariou 150 investidores.

Dedicada à produção de calçado personalizável, a Undandy vendeu mais de 22.000 pares de calçado em três anos e já recebeu ampla cobertura internacional. A empresa pretende tornar-se “a marca definitiva de calçado personalizável”. Entre 2017 e 2018, as vendas da Undandy cresceram de 300 para 2000 pares de sapatos por mês e chegaram a 20 mil clientes em 130 países.

“Temos crescido muito nos últimos três anos e esperamos, agora, que a Undandy não se torne apenas uma empresa muito sustentável, mas também muito lucrativa. A maiora limitação até agora tem sido capacidade de produção e capacidade. Mas, durante este período, conseguimos identificar as áreas em que podemos melhorar substancialmente ”, explicou o CEO e cofundador da Undandy, Rafic Daud.

Como ter uma boa campanha de crowdfunding?
Fomos conhecer alguns conselhos para ter uma boa campanha de crowdfunding. Segundo Inês Lebre, quando uma empresa decide começar uma campanha deste tipo, “deve perceber que começa um ou dois meses antes de ser oficialmente lançada”. O trabalho de preparação é enorme e pode garantir o sucesso ou insucesso da campanha. Penso que estes são os ingredientes essenciais:
- Bom storytelling: é preciso ter uma história para contar. Apenas dessa forma conseguimos atrair potenciais clientes;
- Quem são as caras atras das marcas?: esta é, do ponto de vista da criadora da INLU, um dos pontos fundamentais. “As pessoas cada vez menos compram produtos apenas por comprar; compras histórias. Há uma grande tendência para perceber quem são as pessoas por detrás dos produtos; quem os faz, quem os idealiza, quem é o rosto…Foi isso que fizemos na INLU.”
- Investir no marketing digital: é mais do que fundamental gerar leads no período anterior ao lançamento. É preciso criar uma espécie de suspense que depois faz as pessoas terem curiosidade.
- Bom filme
- Boas imagens
- Divulgação junto da imprensa especializada



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