APICCAPSAPICCAPSAPICCAPS
Facebook Portuguese Shoes APICCAPSYoutube Portuguese ShoesAPICCAPS

De Florença para o mundo

De Florença para o mundo

23 Jun, 2022

Pitti Uomo com bons sinais


“A Pitti Uomo é a principal feira masculina do mundo e faz todo o sentido estarmos presentes”. As palavras são de Pedro Lopes, responsável comercial da Ambitious. A marca de Guimarães participa pela terceira vez na Pitti Uomo e o resultado não podia ser melhor. “Esta feira era um objetivo da marca há alguns anos. É a principal feira de homem, é uma das primeiras feiras da estação e é muito importante receber as primeiras impressões da coleção bem cedo. É igualmente uma forma de chegar a novos mercados, uma vez que a Pitti Uomo sempre foi uma feira com visitantes de todo o mundo”.
Na Fortezza de Basso reuniram-se durante quatro dias alguns dos maiores players da indústria da moda masculina. No total, mais de 600 marcas expositoras apresentaram as propostas para a próxima estação quente. Portugal apresentou-se com seis empresas de diferentes áreas: calçado, vestuário, acessórios e até…cosmética.

Para a Vandoma esta é também a terceira participação na feira de Florença. A marca de gravatas do Porto, que comemora este ano 40 anos de atividade, acredita que a Pitti Uomo é uma das melhores montras para apresentar a nova coleção e conhecer as tendências. “É um grande mérito estar na Pitti. Sendo uma marca portuguesa de produção de gravatas faz todo o sentido estar cá”, diz Ana Sousa. A responsável da Vandoma defende que “é uma das feiras mais antigas, é a que tem mais glamour e a que congrega não só maior número de marcas como de visitantes de todo o mundo”. Para a feira a marca escolhe padrões e tecidos mais alternativos.

Gonçalo Henriques apresenta-se pela segunda vez na Fortezza de Basso. “A Pitti é a maior feira de moda do mundo. Sendo uma marca unissexo, mas as meias acabam sempre por ser um acessório mais masculino, acaba por ser o momento alto do ano”. O projeto de Gonçalo apresenta meias inspiradas em paixões, divididas em submarcas distintas: a Heel Treade inspirada em carros e aviões, a Curator que faz meias inspiradas em arte, escultura e pintura, e a Stereo Socks que faz meias inspiradas em música. “No fundo, queremos que as pessoas levem consigo a sua paixão, mesmo quando têm de usar uniformes mais tradicionais. Diria que as meias são as novas gravatas. Foi assim que surgiu a ideia de criar a marca. Percebi que muitos CEO’s já não usam gravata, mas apostam em meias coloridas e com padrões”.

As expectativas para esta edição da feira masculina eram elevadas e foram cumpridas. A edição nº. 102 recebeu 11 mil visitantes, superando em 37,5% os números da última edição.

“Para nos foi muito importante estar presentes nas duas últimas edições porque a própria feira tomou uma decisão difícil, que foi a de continuar de portas abertas”, diz Pedro Lopes.  “E para continuar, precisava do apoio dos expositores. E esse foi o nosso sinal positivo para o mercado. Foi uma oportunidade de ca estar. Todos os clientes que ca estiverem procuraram marcas novas”. Opinião partilhada por Ana Sousa. “Foi uma fase difícil, com menos empresas a participar, mas foi também uma janela de oportunidade”.

Alemanha, Holanda, Estados Unidos, Espanha, Turquia, França, Suíça, Bélgica e Áustria foram os países com maior número de visitantes.

O que faz um bom fato?

Quem visita a Pitti Uomo não consegue ficar indiferente à quantidade de visitantes que permanece na praça central e que prima pela elegância e pela excentricidade. Com eles, dezenas de fotógrafos procuram o melhor look, a melhor combinação de cores, o fato mais especial que encherá as páginas de Instagram nos dias seguintes. Mas este não é um fenómeno recente. Tudo terá começado há muitos anos quando os responsáveis das marcas saiam dos pavilhões da feira para fumar. As suas roupas e estilo atraíam a atenção dos fotógrafos, que os começaram a fotografar. Mas hoje são às dezenas as pessoas que permanecem no pátio e que esperam o melhor momento para serem fotografados.

E neste grupo também existem portugueses. É o caso de Rui Martins, um dos fundadores do grupo Portuguese Dandys e que se dedica à execução de alfaiataria Made to Measure (MTM). “Trabalho há 18 anos na área do vestuário e lancei um projeto próprio de Made to Measure em 2015. Vir à Pitti Uomo é o ex-libris da roupa de homem. Quem gosta de roupa e aprecia elegância não pode faltar.... É um mar de emoções, de conhecimento e de aprendizagem”.

Com ele viajaram Farid e Soraia Hassanali fundadores do projeto de alfaiataria Sartorial 55. “A Pitti Uomo é uma feira de imagem e é importante realçar esse ponto. Acaba por nos trazer benefícios pessoais e serve como inspiração para o nosso trabalho”, diz Farid.

O empresário e também membro dos Portuguese Dandys, admite que a alfaiataria atravessa mudanças estruturais. “A minha paixão pela roupa vem desde muito cedo. Estudei muito esta área, fiz especialização sobre alfaiataria e MTM (que considero que seja o futuro). Não quero deixar a beleza da alfaiataria, mas já estamos numa era que exige rapidez e serviço. As fábricas já conseguem fazer detalhes e peças únicas”. Por isso, a Sartorial 55 aposta cada vez mais digitalização. “Hoje em dia já consigo fazer provas à distância e entregas à medida realizadas virtualmente”.

Mas o que faz um bom fato? “Um bom fato para mim pode não dignificar o mesmo para outro alfaiate. Cada um tem a sua identidade, a sua marca e a sua expressão. Por exemplo, eu valorizo o conforto e a leveza do fato, como se fosse uma segunda pele. Identifico-me com os cortes napolitanos, por exemplo. Mas em Londres, a maioria dos alfaiates já prefere os cortes mais estruturados e tecidos mais pesados”.

E as mulheres… podem usar fato? “Não só podem, como devem usar fato”, diz Soraia, para quem o fato era, há alguns anos, uma peça impensável no guarda-roupa. “Tinha um estilo muito casual e não me identificava nada com o fato mais clássico e tradicional. Quando este projeto arrancou, comecei a repensar o meu próprio estilo e a tentar ciar um modelo de fato mais casual. E o resultado foi optimo. É uma peça fundamental no meu guarda-roupa”.

E Farid ajudou no processo. “Basicamente, tentamos fazer o casaco com o corte mais oversized e destruturado, como se fosse uma segunda camisa. As calças são mais subidas e mais largas, e permitem usar snakers ou salto alto. Neste estilo que criei para a Soraia é possível combinar com uma t-shirt ou camisa, permitindo que esteja mais confortável”.



Partilhar:

Últimas Notícias