Entrevista a Pedro Cilínio, Secretário de Estado da Economia
As feiras internacionais permitem colocar as empresas em contacto com potenciais clientes e, também, reforçar a ligação com os clientes que já têm. Elas devem ser vistas como um canal, sem que as empresas descurem todos os outros que agora existem, nomeadamente, a utilização dos canais digitais - que permitem que as empresas possam estar próximas dos clientes além do período das feiras.
Nós temos um quadro comunitário de apoio que vai continuar a apostar nos fatores que têm vindo a tornar as nossas empresas diferenciadas a nível internacional: aspetos como inovação, agora muito focada na questão da sustentabilidade, da automatização, são extremamente importantes. Aliás, são fatores que o próprio setor do calçado tem identificado como fatores de aposta para o desenvolvimento no futuro, e serão, cada vez mais, fatores de afirmação das empresas portuguesas nos mercados internacionais e nas cadeias de valor. E, por essa razão, os apoios irão estar também alinhados e serão, também, disponibilizados para que as empresas continuem a fazer esse esforço de investimento.
Nós temos, claramente, que aumentar as exportações, acrescentando valor aos nossos produtos, até porque o acréscimo de exportações tem de estar associado a todos os outros fatores que podem tornar a nossa economia mais robusta e mais recompensadora, também, para os nossos cidadãos, como o aumento dos salários, o aumento do valor retido dentro de Portugal, a capacidade de retenção do talento humano que precisamos ter. Obviamente, se estivermos em mercados cada vez mais evoluídos, com produtos cada vez mais inovadores e com maior valor acrescentado, estamos, também dessa forma, a aumentar o valor retido das exportações e a potenciar o aumento das exportações. É pelo acréscimo de valor que devemos continuar, também, a fazer essa aposta para, obviamente, continuarmos para além dos 50% - é uma marca importante, mas não é o nosso ponto de chegada, certamente.