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Diário de um confinamento: Marcelo Santos

Diário de um confinamento: Marcelo Santos

22 Jan, 2021

Marcelo Santos, Softwaves


É um dos responsáveis pela empresa de calçado Comforsyst, detentor da marca Softwaves. Acredita que ainda é muito cedo para fazer previsões a longo prazo e que a pandemia trouxe desafios redobrados às empresas.

No ano que findou, as empresas foram testadas ao limite. Que soluções encontrou para minimizar os efeitos da pandemia?
Em termos sanitários, para além do cumprimento das regras indicadas para o controlo da pandemia, procedemos a algumas reuniões informais espaçadas no tempo no sentido de alertar e sensibilizar todos para o cuidado a ter com as infeções dentro e fora do local de trabalho.
Em termos da carteira de encomendas, tivemos de pensar em formas alternativas e eficientes de manter o contacto com a nossa rede de clientes. Desde Março, o impacto dos vários confinamentos nos países nossos clientes tem colocado vários problemas no fluxo de produção. Isto tem sido particularmente desafiante.
Em termos de tesouraria, ninguém estava preparado para quebras na carteira de encomendas desta magnitude. Também tem sido particularmente desafiante manter a tesouraria equilibrada. No entanto, temos encontrado as soluções necessárias para colmatar este assunto em particular.  
 
Que avaliação faz às medidas apresentadas pelo Governo?
O Governo tem pecado pela falta de uma cultura de exigência e excesso de otimismo que já vem antes da pandemia. Se fomos um exemplo em Março, somos agora um país com graves problemas na vertente sanitária e económica. Em termos económicos, penso que este Governo faz o possível tendo em conta que somos um dos países mais pobres da UE. Todos os países vão sair desta situação com problemas. No entanto, tenho a certeza que teremos muito mais dificuldades que os nossos parceiro europeus para recuperar no pós pandemia.   
 
Que expectativas tem para o ano de 2021?
Honestamente não sei. A situação continua muito incerta com mudanças frequentes e desalinhadas nos vários países que são nossos clientes.
 
O que tem a indústria portuguesa para oferecer aos seus clientes?
A nossa indústria construiu nos últimos anos uma imagem sólida. Em termos de tecnologia, moda, saber-fazer, flexibilidade, novos produtos, qualidade das nossas estruturas, etc. É inquestionável a evolução muito positiva do nosso sector nos últimos anos. Tenho a certeza que esta perceção é um capital de extrema importância que nos ajudará a recuperar bem.  
 
Este ano, o nosso país começa a beneficiar de um pacote extraordinário de medidas de apoio, a famosa «bazuca europeia». Que expectativas tem relativamente a esse pacote de medidas?
Mais do que palavras, precisamos de soluções financeiras claras, acessíveis e estratégicas para a nossa indústria. A bazuca económica estará disponível na melhor das hipóteses no final deste ano. Até lá, vamos ver como o nosso tecido industrial evoluirá. Qual será a nossa resiliência na altura em que esta bazuca estiver disponível?   
 
Se do ponto de vista do negócio, o ano de 2020 foi particularmente difícil, o que mudou na sua vida pessoal nestes últimos meses?
Tenho-me adaptado a uma cadência diferente do tempo que temos. As rotinas alteraram-se. Não é melhor nem pior. Apenas diferente.
 
Saudade foi a palavra eleita pelos portugueses para resumir o ano de 2020. De que sente mais saudades?
De toda a liberdade que tínhamos e que hoje está restringida. Tomamos por garantida uma série de coisas. Esta pandemia tem colocado muitas restrições na nossa vida. Gostaria de recuperar esta liberdade plena o quanto antes.   
 


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