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Diário de um confinamento: Pedro Castro

Diário de um confinamento: Pedro Castro

14 Jan, 2021

Entrevista a Pedro Castro, Aloft


Pedro Castro, CEO da Aloft, uma empresa de referência na produção de solas para calçado profissional, garante que o ano de 2020 foi de crescimento para a empresa, mas longe do esperado.
Sente falta do contacto físico com os clientes. O online tem, naturalmente, muitas vantagens, mas não substitui uma reunião presencial. “Estamos cheios de vontade de poder voltar à estrada”.


No ano que findou, as empresas foram testadas ao limite. Que soluções encontrou para minimizar os efeitos da pandemia?
No ponto de vista de carteira de encomendas, foram poucas as soluções de curto prazo ou impacto imediato, excetuando um produto criado rapidamente dirigido aos profissionais de saúde e que permitiu ocupar parte da produção na fase mais crítica. O grande mérito para a manutenção de uma carteira de encomendas relativamente pouco impactada prende-se mais com uma dispersão da carteira de encomendas por áreas geográficas e até de produto distintas, fazendo com que as flutuações de um ou outro mercado fossem atenuadas. Do ponto de vista de promoção e visibilidade da marca, organizamos em conjunto com um dos nossos clientes/parceiro uma convenção Online que nos manteve muito próximos dos clientes e permitiu divulgar as novidades sem necessidade de presença física em visitas ou feiras.
 
Que avaliação faz às medidas apresentadas pelo Governo?
Atendendo ao pouco tempo de reação e de preparação, pareceram-nos as possíveis e adequadas à circunstância. Nota-se contudo que são exclusivamente focadas no imediato e não parecem estar desenhadas para a fase seguinte ao Pós Pandemia.

Que expectativas tem para o ano de 2021?
Atendendo às circunstancias excecionais que vivemos só podemos considerar o ano de 2020 como um sucesso pois conseguimos apresentar crescimento de vendas – se bem que modesto –em relação a 2019. Foi um ano em que investimos muito tempo na preparação das equipas, sistemas produtivos e na criação de novos produtos para o futuro; entramos em 2021 com boas perspetivas de negócio e de novos desenvolvimentos.

O que tem a indústria portuguesa para oferecer aos seus clientes?
A nossa indústria, além da qualidade e do saber fazer que já são um dado adquirido, apresenta uma capacidade de saber interpretar a necessidade de inovação e de tendências dos nossos clientes de uma forma ímpar. Apesar da nossa reduzida dimensão no quadro internacional, conseguimo-nos sempre reinventar on the fly e isso fideliza muitos clientes cá. A preparação técnica e científica dos nossos quadros também marca muitos pontos lá fora.

Este ano, o nosso país começa a beneficiar de um pacote extraordinário de medidas de apoio, a famosa «bazuca europeia». Que expectativas tem relativamente a esse pacote de medidas?

Aguardamos mais explicações para compreender de que forma esse plano vai realmente chegar às empresas. A nossa expectativa é que essa ferramenta se foque nas empresas com desempenho e viabilidade efetiva e que sirva para ajudar o País a organizar o futuro industrial.
 
Se do ponto de vista do negócio, o ano de 2020 foi particularmente difícil, o que mudou na sua vida pessoal nestes últimos meses?
Custa-me ter que me habituar a passar mais tempo “dentro de portas”. Somos uma equipa muito criativa e dinâmica e gostamos da interação direta com os centros de desenvolvimento, de competências, e com os clientes. Estamos cheios de vontade de poder “voltar à estrada”..
 
Saudade foi a palavra eleita pelos portugueses para resumir o ano der 2020. De que sente mais saudades?
Do efetivo contacto físico com os nossos parceiros de negócio e institucionais.. A presença online é excelente, mas não substitui o que se consegue transmitir numa reunião presencial.


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